A quase duas semanas nas ruas, acompanhando as manifestações consegui construir algumas reflexões acerca do que ouço e percebo conversando com as pessoas nas ruas. Venho fazer as análises tomando como local as manifestações da minha cidade que é Belo Horizonte. Neste caso, não diferem tanto das mais outras 30 cidades que tem a organização das Assembleias Populares.
Estimam a grande mídia, conhecida como #PIG, que mais de 1 milhão de pessoas passaram pelas ruas neste período. Porem quanto a avaliação da imprensa, eu descarto. A mesma mudou 4 vezes de discurso, hora referente a violência, hora um possível fim ao mandato da presidenta, e hora, que este povo lindo e amado acordou e vai salvar o Brasil, o último, com caráter oportunista e messiânico.
Portanto, no dia a dia das ruas algumas impressões são importantes, quanto a pauta da redução das passagens e uma outra lógica de política de transporte, a mobilidade urbana é interessante e necessária como ir contra a PEC37, Regulamentação das Comunicações e dizer Não ao Ato Médico. A defesa dos direitos humanos, não está só na saída do Feliciano, mas nas pautas feministas, do movimento LGBT e da organização contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.
Já a Reforma Política, sobre esta pauta, me atenho com maior atenção, pois além de ser transversal a todas estas pautas, está tanto nos gritos mais alienados pelo "fim dos partidos" no intuito de combater a corrupção, quanto nos discursos mais conscientes de perceber que governar com Feliciano, Calheiros, Maluf e Collor na base aliada não é possível fazer as rupturas necessárias e se construir um Projeto Popular.
Acredito que todos os movimentos sociais devem apostar nas Assembleias Populares, locais igualitários de organização, reflexão e avaliação das mobilizações, de pautas conscientes, local de encontro de quem nunca esteve dormindo, mas acredita que é importante disputar cada "acordad@" e traze-los para o campo das lutas sociais. Não faremos a revolução sozinhos e conquistar as pessoas, encantá-las com nossas bandeiras de luta é um princípio revolucionário.
É proibido virar a DIREITA. Devemos romper os discursos facistas que dizem sobre o fim dos partidos políticos, de fechar congresso, de ninguém representa ninguém. Nosso papel deve ser como diria Gramsci, pedagógico, disputar cada pessoa, ouvir, refletir , compreender a descrença e construir cotidianamente uma Nova Cultura Política.
"Façamos nós, por nossas mãos, tudo que a nós, nos diz respeito. Eugenie Potier
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Leonardo Koury Martins - Brasileiro. Escritor, Assistente Social e Militante do Movimento de Ação e Identidade Socialista
2 comentários:
Gostei do título com a placa de trânsito. Do texto tb.
Até mais. Cibelle
Lembrando que debater é uma diálogo e não um monólogo."disputar cada pessoa, ouvir, refletir , compreender a descrença e construir cotidianamente uma Nova Cultura Política." este é um processo de mão dupla e não somente um ensinamento de um iluminado político à um indivíduo ou grupo taxado de "alienado".
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