sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Até quando viveremos assim?





Por Leonardo Koury Martins¹

Enfrentar a fome deve ser parte de uma agenda política governamental. Ao longo de séculos, o fim da escravidão ainda deixa rastros sociais e econômicos no Brasil, que foi configurado a partir da realidade de pobreza e fome vivenciada por milhões de pessoas. Não por acaso, o país que mais produz alimentos no mundo tem governos que não tratam a fome como agenda pública. Se comer é um direito, a fome por consequência é uma escolha política.

Enfrentar a fome deve ser parte de uma agenda política governamental. Ao longo de séculos, o fim da escravidão ainda deixa rastros sociais e econômicos no Brasil, que foi configurado a partir da realidade de pobreza e fome vivenciada por milhões de pessoas. Não por acaso, o país que mais produz alimentos no mundo tem governos que não tratam a fome como agenda pública. Se comer é um direito, a fome por consequência é uma escolha política.

Na semana da alimentação saudável – que a partir do dia mundial da alimentação (16 de outubro) integra diversas lutas em um amplo calendário político apresentado pelos movimentos populares – se busca a atenção sobre o direito humano à alimentação adequada. No Brasil, este direito está previsto no artigo 6º da Constituição e em diversos instrumentos jurídicos, como a Lei Federal 11.346/06 que cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, articulando um amplo cronograma de políticas estaduais e municipais.

Porém, na atual conjuntura, de um total de 211,7 milhões de brasileiros, 116,8 milhões convivem com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com a pesquisa apresentada em 2021 pela Rede de Pesquisadores em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), cujo tema é insegurança alimentar em meio à pandemia de covid-19. A fome atravessa a vida da população que sofre com o desemprego, a ausência de políticas eficazes de acesso à renda e de fortalecimento do trabalho cooperativo.

Como resultado da ausência de políticas públicas no enfrentamento à pobreza e à fome, assistimos todos os dias a rotina de pessoas que fazem filas para a doação de ossos, famílias que complementam a sua alimentação com ração animal, ou mesmo o agrupamento ao redor de caminhões de lixo. Esse cenário coloca para a sociedade que não vivemos um problema individual, apenas dos que têm fome, como nos ensina Carolina Maria de Jesus.

Em todo o território brasileiro a produção de alimentos é possível. E também, em todo o país, há a necessidade de políticas públicas que atendam a demanda trazida no último período pelas lutas e pelos atos de rua: vacina no braço e comida no prato.

O projeto de ampliação do direito à alimentação e à nutrição, no primeiro quarto do século 21, apresentava por meio do governo Lula uma série de políticas articuladas entre o campo e a cidade. Desde programas de aquisição de alimentos, compra da alimentação escolar, fomento à agroecologia, mas também relacionada à política de assistência social e à transferência de renda como direito social.

Aliada ao fomento da geração de emprego e renda, e de uma ampla capacidade de seguranças garantidas pelo Estado, a economia nacional possibilitou a retirada de 40 milhões de pessoas da linha da pobreza extrema. Porém, é um trabalho que descontinuado traz à realidade as recorrentes cenas de desespero e de indignidade vividas por tantas famílias no país.

Não há dúvidas que a fome deve ser enfrentada e deve ser parte de uma agenda política governamental. As experiências que vivemos nos governos Lula e Dilma, interrompidas no golpe de 2016, nos dão fôlego para resistir e lutar. Romper com a escravidão da fome só será possível se neste momento conseguirmos dizer não ao genocídio que nos ceifa vidas todos os dias. Um projeto popular é necessário.


¹Leonardo Koury Martins é assistente social, professor, conselheiro do CRESS-MG e militante da Frente Brasil Popular

domingo, 24 de outubro de 2021

COMER É UM DIREITO E A FOME É UMA ESCOLHA POLÍTICA





por: Benett

A luta pela alimentação deve ser uma bandeira global. Comer é um ato político. Sendo assim, a fome é uma decisão política, às vezes como forma de protesto, como ocorre nas greves de fome. Mas governos de vários países transformam a fome em prática genocida.

Nós, Jornalistas Livres, passamos para lembrar que não é só neste 16 de Outubro, Dia Mundial da Alimentação, que devemos lutar pelo direito de todos por um prato de comida. Essa é uma luta de todos os dias do ano.

Vivemos em um país que é o maior produtor de alimentos do mundo, mas 19 milhões vivem o cotidiano da fome.

Os Jornalistas Livres são a favor da Agroecologia e da Luta pela Terra, para que todas, todos e todes possam viver livres da especulação das commodities ou pelo modelo de comida/mercado.

Viva a luta dos movimentos sociais do campo, das águas, das florestas e da cidade que dizem COMER É UM DIREITO!

Leonardo Koury Martins é assistente social, professor e escritor.

domingo, 26 de setembro de 2021

Território e Ciência é tema de entrevista no Podcast da UFOP




O Território Descenso finalmente está no ar!!! Nessa produção sonora, trazemos um podcast de quatro episódios, no qual através de entrevistas com nomes marcantes da luta social pelos direitos à moradia e trabalho, passamos a entender mais sobre nossa história e como a falta do Censo nos afeta. 

Entrevista especial com Leonardo Koury

No último episódio da série “Território Descenso", o assistente social Leonardo Koury, reflete sobre a luta por moradia e a discussão sobre os espaços urbanos e rurais do Brasil. Leonardo ainda aborda a importância do Censo e os seus principais impactos dentro do contexto de moradia no Brasil.

Venha conferir esta produção da Curinga Dossiê, que está disponível no Spotify e em nosso site!

🔗 Link do site:

https://revistacuringa.wixsite.com/edicao30/podcast

🎧 Spotify:

https://open.spotify.com/show/0J7ajgFXQ5vRAQnGsA7xTw?si=SoFH4wYMSj2HrWiTZne53w&utm_source=copy-link&dl_branch=1


terça-feira, 17 de agosto de 2021

Território e luta: o trabalho de base do movimento popular urbano




A esquerda deve voltar às bases? Como conter o crescimento das ideias de direita nas periferias? Como fazer o giro organizativo em direção da atuação no território? O curso “Território e luta: o trabalho de base do movimento popular urbano”, organizado pela Fundação Perseu Abramo, em parceria com a Central de Movimentos Populares, surgiu para debater e produzir sínteses sobre estes questionamentos. Para isso, abordará temas como trabalho, educação, saúde, violência, religião, sempre com um olhar da ação no bairro.

Com início no dia 18 de agosto, esse curso online e gratuito, discutirá assuntos do cotidiano do militante em sua comunidade, e contará com 16 módulos com aulas gravadas e disponibilizadas semanalmente todas as terças-feiras na plataforma EAD.

Além disso, o curso é certificado pela Fundação Perseu Abramo.


Ninguém tem dúvida de que precisamos nos comunicar melhor. Ou que é urgente atrair a juventude. Mas como colocar o discurso em prática? A centralidade da luta feminista e antirracista, bem como o cenário da cidade em disputa farão parte desse diálogo entre lideranças dos movimentos populares, quadros partidários, gestores e companheiros/as da academia.

Vamos articular a experiência acumulada pelos movimentos do período de redemocratização com as novas formas de organização que emergem nas comunidades. O intuito é enfrentar também os institutos e organizações travestidas de movimento ligadas à direita liberal que crescem na periferia. Além disso, o curso ainda apresentará experiências exitosas atuais de trabalho de base.

Mais informações e inscrição clique aqui!

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Projeto Genocida não tem limite ou localidade geográfica



Charge: Duke

Há um Projeto Genocida em curso em todo país, que não se define apenas pelo governo federal ou sobre a atuação dos ministérios e na relação congresso e governo. O projeto também se encontra no novo da política, na relação entre o discurso de que os empresários podem ser bons gestores públicos. O projeto genocida se encontra no convencimento de que a economia vale a vida, muito antes da Pandemia estar presente no nosso cotidiano.

O genocídio se encontra no convencimento da popular que acredita que é importante voltar às aulas e que crianças morrem estatisticamente menos do coronavirus e basta apenas vacinar os professores. Em uma sociedade com fome, muitos estudantes acreditam que estarem nas escolas é parte de um sentimento de proteção, assim como muitos familiares levam as crianças para o espaço escolar acreditando que terão mais tempo ao trabalho. Uma narrativa que não considera o papel de proteção social tendo a renda subsidiada. Que a população tem o direito de ser protegida e não ao contrário como se arriscar nos ônibus lotados para trazer comida no final do dia.

O projeto em curso, garante que é necessário cortar o ponto das professoras e professores que dizem que estarão em greve sanitária, problematizando que serviço essencial só existe se houver vida. No contraponto entre dar aulas presenciais ou por perder o ponto de trabalho e ficar sem o salário no final do mês como São Paulo e Belo Horizonte entre outras capitais. O mesmo modelo de governo que considera a vida já precarizada pela população em situação de rua como algo para ser menos investido, que pode e deve ser negligenciado, daquelas pessoas que não estão diretamente ligadas como população economicamente ativa. Que corta o Benefício de Prestação Continuada das pessoas com deficiência por atestar de forma fictícia a capacidade para o trabalho frente ao caos vivido nesta pandemia.

Porém este projeto que se encontra nos Governos Federal, Estaduais e Municipais tem como fonte intelectual o empresariado no poder. Não por acaso, tem todo o apoio das bancadas mais conservadoras de todos os tempos da política brasileira. A sustentação deste projeto está nos ruralistas, naqueles que fazem política com a bíblia na mão, naqueles autoritários que governam com o grito e não com a razão, naquela pessoa que não acredita na ciência.

O projeto de genocídio posto, relativiza o neoliberalismo e o neoconservadorismo. Acredita que privatizar faz bem e que não há outra saída para o Estado que não seja abrir mão do seu papel de mediador das relações sociais. A neutralidade dita no discurso conversador apresenta a face de quem continua, desde 1500 do lado das elites.

O que nos resta é lutar e resistir. Combinamos de não morrer, mesmo quando matam muitos dos nossos, lembra o poema!


*Leonardo Koury Martins é assistente social, professor e escritor.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

Qual será a próxima onda? A responsabilidade coletiva e o enfrentamento ao covid-19


Charge: Marcos Sonêgo

Matéria original publicada no Brasil de Fato

Apesar dos dados estatísticos referentes à taxa de contágio e ocupações de leito em Minas Gerais não serem animadores para a realidade sanitária vivenciada pela pandemia provocada pelo covid-19, as autoridades estaduais insistem em gradualmente diminuir as restrições de segurança. A tendência é nosso estado voltar ao caos, com crescimento de pessoas infectadas e mortas.

É fundamental a luta pela garantia da vacinação, no entanto, essa não pode ser uma preocupação isolada. De acordo com os dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), até a primeira quinzena de abril deste ano, se somam 140 milhões de infectados, dentre eles o total de mais de 3 milhões de mortes em todo o mundo.

Os Estados Unidos, país mais afetado pela pandemia, tem o total neste período de 31,7 milhões de casos infectados confirmados e 567 mil mortos. Quanto à vacinação, o país já garantiu para metade da população a primeira dose. Em segundo lugar, na lista dos países com o maior número de casos e de mortes, se encontra o Brasil, mas em contraponto, o país está entre os países com o menor percentual da população vacinada. Apenas 13,2% da população teve a primeira dose garantida e apenas 5,35% receberam a segunda dose. Os índices são alarmantes, já são 14,2 milhões de infectados, e 384 mil pessoas mortas, pouco mais de um ano do início da pandemia.

Minas Gerais é um dos estados brasileiros que mais sofrem pelo número de casos confirmados e mortes, tendo 1,3 milhão de pessoas infectadas e 31.386 pessoas falecidas. A população vivencia a inércia do governo estadual em organizar ações públicas regionalizadas que possam garantir a integração de ações. No estado faltam leitos em algumas regiões e em outras falta medicamento para CTI.

É fundamental a luta pela garantia da vacinação mas essa não pode ser uma preocupação isolada 

Importante ressaltar que o Governo Zema, além de não priorizar o orçamento público em saúde, foi o Estado brasileiro que menos investiu na área, com apenas 10,75% do total de investimentos. Os valores não apenas foram baixos, como estão abaixo do mínimo constitucional que é de 12%.

Com toda a complexidade estatística, uma pergunta se apresenta: qual será a próxima onda? No mês de abril de 2020, exatamente um ano atrás, o Comitê Extraordinário covid-19 criou o Programa Minas Consciente. O objetivo era combater a pandemia e fazer a retomada da economia de forma cuidadosa. Na ocasião foram criadas 3 ondas, sendo a vermelha a mais grave, a amarela moderada e a onda verde quando os casos estivessem baixos e estabilizados.

No mês de março de 2021, o Comitê Extraordinário COVID-19, determinou a criação da onda roxa, cor que simbolizaria uma situação em que fossem necessários cuidados ainda maiores que a onda vermelha. Porém, poucas semanas depois o Estado gradualmente reabre as atividades comerciais não essenciais permitindo a volta de aglomerações e o aumento do risco sanitário.

Qual será a próxima onda a ser criada para salvar a população? Qual o trabalho que o país com a integração de estados e municípios fará para garantir um diálogo coerente com o atual momento vivenciado, que reduza o negacionismo científico e convide a população para se proteger tratando a realidade no campo da saúde coletiva.

 Governo Zema é o que menos investiu em saúde 

A onda roxa, vermelha, amarela, verde, ou quaisquer cores que possam vir a ter, simbolizam infecções e mortes. A responsabilidade não pode ser tratada apenas no campo individual do uso ou não uso de máscaras. A capacidade que o poder público tem de mobilização deve ser levada em consideração, conjuntamente com a possibilidade de aumento das equipes de saúde, a garantia de auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia e pacotes de incentivo à agricultura familiar, pequenos empreendimentos e a economia popular.

Para tamanhos desafios, o papel da educação em saúde, que considere a população como participante, deve conter ações orientativas/preventivas/restritivas, que garantam a qualidade de vida, procurem pensar o direito à alimentação e o bem-estar, mesmo nas condições de calamidade pública que todos estamos expostos, mesmo que ainda os níveis de exposição sejam tão desiguais.

Leonardo Koury Martins é assistente social, professor, conselheiro do CRESS-MG e militante da Frente Brasil Popular.

sábado, 3 de abril de 2021

COMO A TELEVISÃO INVERTE A TRISTE REALIDADE DO AUXÍLIO EMERGENCIAL EM 2021






Alguém consegue sobreviver com 150 reais mês? Segundo alguns canais de TV como apresenta a imagem desta publicação é possível viver inclusive com 5 reais por dia.

O papel do Jornalismo tem como responsabilidade defender a verdade e os Direitos Humanos. A verdade é que as famílias pobres não conseguem viver com tamanhas limitações.

Além do mais a reportagem apresenta uma forma de limitar o Direito Humano à Alimentação Adequada sem valorizar a Soberania Alimentar e a Agricultura Familiar como alternativas ao consumo de industrializados.

O que vai garantir uma qualidade de vida melhor para a população é a Plena Democracia. Desde 2016 o destino do país está nas mãos da Direita Neoliberal e do negacionismo humano.

O que resta lutar é pelo Fora Bolsonaro e por todo modelo político neoliberal que se encontra disposto na atualidade. Não podemos esquecer que a Renda e a Cidadania devem ser encarados enquanto um direito e não como favor.

Salvar vidas neste período de Pandemia se trata em garantir enquanto essencialidade pública acesso para a população à Saúde, à Assistência Social, à Segurança Alimentar e Nutricional dentre outras políticas sociais. Porém o dia a dia do trabalho nestas políticas não pode nos deixar robotizados pela tarefa. É necessário se posicionar contra as violências praticadas pelo neoliberalismo em nossas vidas. E como o tempo não para, a luta é o que muda, o resto só ilude.


*Leonardo Koury Martins é professor, assistente social e militante na Frente Brasil Popular.



quinta-feira, 1 de abril de 2021

A Arte de Governar a Si Mesmo: uma caravana pelo interior






Espetáculo gratuito com Daniella D´Andrea parte de contos filosóficos ancestrais
para refletir sobre a responsabilidade pessoal na construção da harmonia social de um povo,
e inspira encontros, rodas de histórias e oficinas formativas de 5 a 21.04

Com o apoio da Lei Aldir Blanc, através do Edital Retomada Cultural da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, estreia no dia 5.04 o projeto “A Arte de Governar a Si Mesmo – Caravana pelo Interior”, do qual faz parte a peça homônima vencedora do edital de Teatro Adulto para Espaços Alternativos da Fundação de Arte de Niterói, e do prêmio Cultura Presente Nas Redes da SECEC-RJ.

A filósofa da educação, Bia Machado, abre os trabalhos dia 5.04, às 20h, no YouTube Daniella D´Andrea, da atriz e contadora de histórias que idealizou, atua e media todas atividades. A partir da expressão bambara - “as pessoas da pessoa são múltiplas na pessoa” - difundida pelo mestre da tradição oral malinês Amadou Ampaté Bá – Bia Machado conversa sobre “A pessoa da pessoa: concepções de ser humano em outras culturas”. Ela é formada em Psicologia, é Doutora e Pós-Doutora em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) e autora do livro “Sentidos do Caleidoscópio” (Humanitas).



Fotografia: Rodrigo Menezes



O projeto segue com Oficinas Formativas para Educadores/Narradores, de 6 a 13.04, com Daniella D´Andrea e Warley Goulart na plataforma Zoom. A inscrição é gratuita. As oficinas vão abordar aspectos relevantes sobre o estudo e a narração dos contos da tradição oral para um educador-narrador. Ou seja, são destinadas a profissionais diversos que, em suas áreas específicas, utilizam as histórias como uma “tecnologia” de comunicação e transmissão de conhecimento conectadas com o tempo-lugar-pessoa de hoje.

As sessões do espetáculo que inspirou todo o projeto serão dias 9, 10, 11, 16 e 17.04, às 20h, no YouTube Daniella D´Andrea, também gratuitas. “A Arte de Governar a Si Mesmo – Caravana pelo Interior” é um solo narrativo dirigido por Warley Goulart, com atuação de Daniella D´Andrea. Parte de contos filosóficos ancestrais para refletir sobre a responsabilidade pessoal na construção da harmonia social de um povo. Antes de cada espetáculo, haverá um papo com artistas convidados de localidades diferentes do estado do Rio, ligados às histórias ou à cultura popular. Eles vão falar sobre como enxergam a analogia do “governo de si” naquilo que fazem.

Duas lives, com rodas de contadores de histórias de distintas gerações encerram “A Arte de Governar a Si Mesmo” nos dias 18 e 21.04. O objetivo é que entre mais novos e mais velhos possamos apreciar com beleza e diversidade o fio da continuidade no ancestral ofício de narrar. Ao mesmo tempo, o mote de “olhar através” inspira os narradores para que escolham contar histórias que nos fazem pensar sobre o mundo de hoje. E em “olhar além” perguntamos: que histórias ajudam a ampliar o que nós vemos e vivemos todos dias?


Fotografia: Rodrigo Menezes


PROGRAMAÇÃO



>>> Toda a programação (com exceção das oficinas) terá tradução em LIBRAS
>>> Classificação etária: 12 anos


Dia 5.04, às 20h

LIVE Abertura - Encontro com a filósofa da educação Bia Machado: “A pessoa da pessoa: concepções de ser humano em outras culturas”

De 6 a 13.04, às 10h
Oficinas Formativas para Educadores/Narradores
- Busca a tua imagem em teu coração - Daniella D`Andrea - 6 e 8/4
- Contar histórias: Um olho pra dentro, um olho pra fora - Warley Goulart - 12 e 13/4
Via ZOOM e mediante inscrição pelo aartedegovernarasimesmo@gmail.com

Dias 9, 10, 11 e 16 e 17.04, às 20h
Conversa com artista convidado + espetáculo no YouTube Daniella D´Andrea

9.04 - Cristiane Seixas, biblioterapeuta, focalizadora de Danças Circulares, Mestre em Educação – Niterói (RJ)

10.04 - Thelma Vilas Boas, idealizadora da Lanchonete <> Lanchonete_Escola por Vir, projeto ganhador da Ordem do Mérito Cultural Carioca 2020 – Rio de Janeiro (RJ)

11.04 – Padu, arte acolhedora – Maricá (RJ)

16.04 - Juliana Manhães, artista brincante e professora universitária – Guapimirim (RJ)

17.04 - Lazir Sinval, coordenadora do Jongo da Serrinha – Rio de Janeiro (RJ)

A ARTE DE GOVERNAR A SI MESMO – CARAVANA PELO INTERIOR

Solo narrativo com a contadora de histórias e atriz Daniella D`Andrea.
Direção: Warley Goulart, coordenador do grupo “Os Tapetes Contadores de Histórias
Direção do filme: Ricardo Mansur
Cenário: Leo Thurler e Warley Goulart
Consultoria narrativa: Juliana Franklin

Dia 18.04, às 18h
LIVE Roda de Contadores de Histórias
“O que te mantém no caminho: roda de histórias para olhar através”


> Regina Machado, criadora e curadora do Encontro Internacional de Contadores de Histórias Boca do Céu – São Paulo (SP)
> Rosana Reategui, do grupo Tapetes Contadores de História - Rio de Janeiro (RJ)
> Julia Grillo, da Oficina Escola de Arte Granada – Nova Friburgo (RJ)

Dia 21.04, às 20h
LIVE Roda de Contadores de Histórias
“O que te mantém no caminho: roda de histórias para olhar além”


> Nícia Grillo, fundadora da Oficina Escola de Arte Granada e formadora de narradores – Nova Friburgo (RJ)
> Warley Goulart, do grupo Tapetes Contadores de História - Rio de Janeiro (RJ)
> Juliana Franklin, da Arte de Reparar Histórias - Rio de Janeiro (RJ)



INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Jaciara Rosa – (21) 98121-2474 jaciara@dedicatacomunica.com.br
Ana Beatriz Rodrigues – (21) 98500-3574 anadedicata@gmail.com

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

​De 2016 para cá! Os ministros e o novo Ministério da Cidadania de João Roma

 






Sem dúvidas não anda fácil nossa vida, mas quando foi? Ainda mais depois do Golpe de 2016, da aprovação da EC 95, Lei de Terceirização, Reformas da Previdência e do Trabalho.​ ​Mas falando sobre ministros e ministérios! Osmar Terra, indicado por Temer, é médico dono de uma rede de Comunidades Terapêuticas. Trouxe do Criança Feliz a ideia de internação compulsória aos adolescentes (decreto 9926/19) e adultos forçando as normativas do ECA principalmente.

Ônix entregou o SUAS para Paulo Guedes. Um ministério subserviente à Economia, até o auxílio emergencial migrou para o Dataprev (que é hoje uma ferramenta fora da previdência social, alimentada por uma empresa privada). Com Ônix tivemos mais portarias do que diálogo nas instâncias de controle social e de pactuação. Sem falar no novo cadastro único.

Com o novo Ministro João Roma, indicado de ACM Neto, teremos também na base do M​inistério da ​Cidadania​ os neopentecostais, reinando por completo os cargos dos ministérios Lá tem o SUAS, a Segurança Alimentar e Nutricional e o que sobrou de muitas das nossas regulamentações. O pacto do Governo via DEM para 2022 é maior do que as demandas dos mais pobres.

O que temos que ter nos nossos horizontes é que sem fortalecer os segmentos do SUAS não vamos dar conta das mudanças rotineiras que eles colocam para nós. Fortalecer os Conselhos, os Fóruns e as Frentes de Defesa é a nossa principal estratégia. Não há muito o que fazer diferente disso.

Nossa luta é árdua, sim. Mas não são mais os governos do PT. Saudades do passado ou não, no hoje temos a luta como principal instrumento para resistir e poder continuar sonhando.​ ​Parafraseando Mário Quintana, Eles passarão, (nós) passarinho!.​ ​Somos mais importantes para o povo que eles, não nos esqueçamos disso.


Leonardo Koury assistente social do SUAS​ em Ribeirão das Neves​ e professor em Belo Horizonte.

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

A Reforma Administrativa e o fim do serviço público no Brasil






Ao contrário do que Bolsonaro e Guedes dizem, a PEC 32, que dispõe sobre a Reforma Administrativa, não apenas ataca os servidores, mas a prestação dos serviços públicos. A Proposta de Emenda Constitucional 32/2020 permite a entrega para a iniciativa privada da responsabilidade no atendimento das demandas sociais.

O ano de 2020 no Brasil não vem sendo fácil. Ao contrário do que está sendo organizado pelos governos em diversos países, na procura de atender a população no período da pandemia do covid-19, no Brasil o governo federal aproveita da situação para tirar ainda mais direitos dos trabalhadores.

Entre os escândalos de corrupção e a opção do governo pelo mercado, mesmo que custe milhares de vidas, desde setembro se iniciou a discussão da reforma administrativa (PEC 32/2020).

Apesar do pouco tempo para dialogar sobre esta proposta no Congresso, já existem diversos partidos em apoio ao governo que concordam na íntegra com o texto da PEC 32/2020. É importante que as trabalhadoras e trabalhadores compreendam que a proposta não apenas trata de regular os servidores federais, mas também os servidores dos Estados e municípios.

Seu objetivo é a diminuição do Estado Democrático de Direitos. O efeito da reforma administrativa na prática é de terminar com diversos serviços públicos prestados diretamente à população sem custos.

Para compreender a dimensão desta proposta e os seus impactos na sociedade, destacam-se a racionalidade financeira que atribui prestar serviços públicos apenas em lugares que tenham viabilidade econômica. Assim, os municípios com pequenas populações não precisarão ter atendimento direto, passando esta responsabilidade para municípios polos e distanciando ainda mais o povo destes serviços.


Dentre as alterações está a possibilidade de terceirizar, ou mesmo, privatizar áreas essenciais como segurança pública, educação e saúde

O governo também poderá extinguir setores que atualmente já estão em funcionamento, sem autorização prévia, como exemplo, ouvidorias e secretarias inteiras, de acordo com a sua perspectiva e sem controle ou justificativa pública.

Outra alteração organizacional da gestão pública proposta é terceirizar, ou mesmo privatizar, áreas essenciais como segurança pública, educação e saúde.

Não por acaso, outro ponto da reforma administrativa proposta por Bolsonaro, apresenta a flexibilização da maneira de se ingressar no serviço público, sendo não mais o concurso público a forma de entrada constitucional. Isso ampliará o número de cargos políticos indicados pelos governos e modelos de seleção que não tratam do mérito.

Esta forma de contratação, precariza ainda mais os serviços já prestados, incorporando pessoas despreparadas para atender diretamente a população.

E para quem já se encontra como servidor público os prejuízos serão incalculáveis.

Destaca-se nos termos apresentados da PEC 32/2020 quatro pontos: o desligamento imediato do serviço público a partir da avaliação de desempenho que é feita pela própria cheia; a proibição da progressão por tempo de serviço; o servidor que por algum momento assumir outros trabalhos no mesmo setor, não poderá receber pelo segundo trabalho prestado; e não haverá aumento de salário retroativo o que, por consequência, congelará os salários.

Sindicatos em todo o país questionam a legitimidade desta reforma pela violação do artigo 14º da Constituição que trata de apresentar à sociedade consulta pública quando os projetos dialogam sobre o interesse nacional. Entre os argumentos do movimento sindical, se destaca que a curto prazo teremos no país o fechamento de diversos postos de trabalho no serviço público acarretando o não atendimento direto à população.

O Brasil é um dos países que tem a menor proporção entre os empregos públicos por habitantes, o que dimensiona a precarização que já vem sendo colocada em curso no país, especialmente após o golpe de 2016 e a aprovação da Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos sociais por 20 anos.

Se o governo federal e os governos estaduais e municipais querem melhorar a sua capacidade de organização e serviços, há outras alternativas mais qualificadas do que a Proposta de Emenda Constitucional 32/2020. Uma delas é ouvir os servidores públicos e a população para compreender as urgências e custos da máquina pública.

Assim seria possível apresentar, como exemplo, uma outra forma de tributação que taxe os ricos na possibilidade de ampliar os serviços públicos aos mais pobres.

Apenas por meio da justiça social teremos um país soberano e que possa garantir uma melhor condição de atendimento para as demandas do seu povo. Na pandemia percebemos o quão importante é o atendimento público, como o SUS que salva todos os dias milhares de vidas.

Um país forte defende o atendimento integral para todas e todos.

Leonardo Koury Martins é assistente social, professor, conselheiro do CRESS-MG e militante da Frente Brasil Popular.

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo