domingo, 24 de novembro de 2013

Privatização ou Concessão? Chega, vamos também falar de Revolução



Nos últimos meses acirrou um debate vindo de uma parcela da Direita brasileira, a igualação de que o Governo Dilma está propondo para o desenvolvimento econômico no país as mesmas diretrizes do que o governo Fernando Henrique Cardoso, no âmbito da infraestrutura.

Em suma, de que a nossa política econômica e nossa proposta de modernizar a maquina pública estavam caminhando com os mesmos princípios. Para a Direita, a era das privatizações do FHC não tem diferença objetiva da nossa atual política econômica referente a concepções do patrimônio público estatal.

Como comparativo, o leilão da Vale girou em torno de 3,34 bilhões, a concessão dos aeroportos girou em torno de 23 bilhões. A principal diferença está inicialmente de que o patrimônio continua público e de que este dinheiro será para alavancar a infraestrutura do país. As concessões ajudariam o governo na perspectiva de que o empresariado se responsabilizaria de melhorar no caso os aeroportos, bem como, também uma parcela dos ganhos voltariam ao governo brasileiro.

É obvio, e ninguém discute que alugar é melhor do que vender. Porem trago a ousadia de uma terceira discussão, saindo da lógica de que privatização e pior do que concessão. Quando vamos debater a revolução?

Não tenho a ilusão do socialismo utópico, de que vou acordar num pós Brasil / URSS, porem acordo todos os dias num paradoxo de um governo que atende ainda muito mais o Agronegócio (haja visto o ministro da agricultura) do que atende os anseios da reforma agrária. De que reforma tributária e fiscal estão longe da taxação das grandes fortunas e da possibilidade de pensar imposto sobre riqueza e não sobre produto. No Brasil, ricos e pobres pagam o mesmo imposto pelo litro de leite, mas as grandes empresas pagam uma conta de luz infinitamente mais barata e tem acesso a crédito de forma mais ágil e com juros menores.

As relações políticas e econômicas hoje atendem muito mais as bancadas ruralistas, do empresariado, da educação privada e religiosa do que os interesses sindicais e populares. Não estou negando os avanços das políticas sociais, porem nos cabe sempre relembrar as dimensões de partido, governo e movimento social, como também se lembrar do que nos faz partido político e de que princípios nós, Partido dos Trabalhadores defendemos. Aonde queremos chegar e porque governar, com quem e para quem governar.

Na administração do capital, em meio à discussão de que concessão é bem melhor do que privatização, apenas sugiro outro discurso, quando vamos debater a Revolução?


Leonardo Koury – Escritor, Assistente Social, Educador e Militante dos Movimentos Sociais

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Por um Novo Sistema Político, Reforma Eleitoral é pouco




Nestas últimas semanas, ao acompanhar as reportagens sobre o debate da Reforma Política nos noticiários comecei também a perceber, que nada se tratava apenas de uma Reforma Eleitoral e muito distante da cobrada pelos movimentos sociais e de milhões de brasileiras e brasileiros a menos de seis meses em todas as ruas do país.

Obviamente a limitação de pensar uma Reforma Política avançada, não está por conta da capacidade intelectiva do atual congresso. Os deputados estão alijados num modelo político que os fazem disposto a pouco avanço e propensos a corrupção. Trazer uma nova discussão política por um mecanismo monocrático e falido como o Congresso, não traria os mesmos frutos tão cobrados pelas camadas populares e tão necessários para o avanço da cidadania.

A grande questão pontuada nas ruas a menos de seis meses está não no processo de escolha dos políticos brasileiros, mas em que forma se organizaria a política institucional no Brasil.

O projeto de lei construído no seio do Congresso através da Câmara de Deputados, não discute as relações de poder entre as iniciativas populares de apresentação de emendas e ou leis, quanto menos fortalece a discussão sobre o papel do Judiciário e dos setores da comunicação nacional, bem como a eficácia do financiamento público.

Nesta lógica, Os Movimentos Sociais, Assembleias Populares e demais organizações políticas iniciam neste ano e pretendem na primeira semana de setembro provocas a sociedade e as ruas de todo Brasil com uma pergunta: “Você é a favor de uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político Brasileiro?”. Esta será a pergunta do Plebiscito Popular com o intuito de lançar uma Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político Brasileiro.

A grande questão não está no como fazer política institucional no Brasil, mas em compreender a provocação das massas populares que é: Quem faz e quem organiza o Sistema Político Brasileiro.

Na certeza que traz Nicolau Maquiavel, a discussão se torna, não na questão de fins ou meios, mas que o Príncipe deve entender que não é soberano e que os anseios do povo são mais importantes do que o desejo dos poderosos. Pátria Livre, venceremos.


Leonardo Koury - Escritor, Assistente Social, Educador e Militante dos Movimentos Sociais




“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
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