quarta-feira, 30 de junho de 2021

Projeto Genocida não tem limite ou localidade geográfica



Charge: Duke

Há um Projeto Genocida em curso em todo país, que não se define apenas pelo governo federal ou sobre a atuação dos ministérios e na relação congresso e governo. O projeto também se encontra no novo da política, na relação entre o discurso de que os empresários podem ser bons gestores públicos. O projeto genocida se encontra no convencimento de que a economia vale a vida, muito antes da Pandemia estar presente no nosso cotidiano.

O genocídio se encontra no convencimento da popular que acredita que é importante voltar às aulas e que crianças morrem estatisticamente menos do coronavirus e basta apenas vacinar os professores. Em uma sociedade com fome, muitos estudantes acreditam que estarem nas escolas é parte de um sentimento de proteção, assim como muitos familiares levam as crianças para o espaço escolar acreditando que terão mais tempo ao trabalho. Uma narrativa que não considera o papel de proteção social tendo a renda subsidiada. Que a população tem o direito de ser protegida e não ao contrário como se arriscar nos ônibus lotados para trazer comida no final do dia.

O projeto em curso, garante que é necessário cortar o ponto das professoras e professores que dizem que estarão em greve sanitária, problematizando que serviço essencial só existe se houver vida. No contraponto entre dar aulas presenciais ou por perder o ponto de trabalho e ficar sem o salário no final do mês como São Paulo e Belo Horizonte entre outras capitais. O mesmo modelo de governo que considera a vida já precarizada pela população em situação de rua como algo para ser menos investido, que pode e deve ser negligenciado, daquelas pessoas que não estão diretamente ligadas como população economicamente ativa. Que corta o Benefício de Prestação Continuada das pessoas com deficiência por atestar de forma fictícia a capacidade para o trabalho frente ao caos vivido nesta pandemia.

Porém este projeto que se encontra nos Governos Federal, Estaduais e Municipais tem como fonte intelectual o empresariado no poder. Não por acaso, tem todo o apoio das bancadas mais conservadoras de todos os tempos da política brasileira. A sustentação deste projeto está nos ruralistas, naqueles que fazem política com a bíblia na mão, naqueles autoritários que governam com o grito e não com a razão, naquela pessoa que não acredita na ciência.

O projeto de genocídio posto, relativiza o neoliberalismo e o neoconservadorismo. Acredita que privatizar faz bem e que não há outra saída para o Estado que não seja abrir mão do seu papel de mediador das relações sociais. A neutralidade dita no discurso conversador apresenta a face de quem continua, desde 1500 do lado das elites.

O que nos resta é lutar e resistir. Combinamos de não morrer, mesmo quando matam muitos dos nossos, lembra o poema!


*Leonardo Koury Martins é assistente social, professor e escritor.

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo