terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Venda as vendas



Não use vendas,
as venda.
Receita do Ministério da Fazenda.
Espero que você entenda,
que usando esta venda não verá o que terás de ver.
Tem alguém no planalto não querendo votar a emenda,
sim, a emenda constitucional da educação
e você não sabia? Culpe a venda!
Tem policial corrupto, medico sem papel para anotar receita
e criança sem merenda, será que somente eu quero que entendas?
O espaço é infinito e não acredite somente em lendas,
olha que tem alguém que te recomenda tirar as vendas para enxergar o que antes você não via.
Tenha estômago forte e nem adianta rezar “ave Maria”, porque tem criança disputando no lixo com ratos e cachorros a única refeição do dia, e tem gente na fila do hospital morrendo de pneumonia.
Entenda!
Até a bandeira de Minas te pede para que tire a venda, antes que tardia, enquanto alguns choram, outros têm alegria.
Não seja também desigual,
aceite os momentos tristes, mas também vá as festas a fantasia,
e se a roupa estiver rasgada, e se você tiver com pouco dinheiro,
uma linha e uma agulha no buraco (deixa p’ra lá),
mas vê se remenda, se não o dinheiro cai, daí não tem leite, arroz, feijão e sem dinheiro piora sua situação, assim serás mais um pedinte que não teve oportunidade (ou opção) .
Deixe de pensar somente com o coração e use também a razão, tire a venda e faça melhor, a venda.
O capitalismo recomenda.



--
Leonardo Koury – Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Haitianos no Brasil e a nova lei de migração




"Nenhuma pessoa é ilegal, todos somos imigrantes."
Fórum Social Mundial de Migrações



A 34 anos o Brasil expressou em uma lei os direitos de emigrantes e imigrantes, porém uma lei distante do que consideramos coerente no âmbito da justiça social e da luta em pró dos Direitos Humanos.

Num país essencialmente racista, classista e discriminatório entre seus cidadãos nativos, como confiar para além das garantias legais que a sociedade teria compreensão com o fluxo migratório, em especial dos países mais pobres e de população negra que utilizam outras línguas e dialetos para livre expressão.

Fato é que a escolha entre a legalização ou o refúgio político são poucas entre as saídas e os direitos estabelecidos. Segundo a constituição o estrangeiro residente no Brasil, entre outros direitos deve compreender que: saúde, assistência social, educação e trabalho são garantias legais e devem ter políticas públicas de fomento e ordenação.

O que se esconde por trás da não positivação de uma nova lei de migração no Brasil é a visão ainda polarizada entre o imigrante ideal na sua forma europeizada e de um imigrante problema. Não se discute o grande número de imigrantes europeus que fogem da crise econômica da Europa e se organizam na costa norte do Brasil.

Para além dos estereótipos, as leis e por consequências suas garantias devem buscar compreender uma cidadania universal e o combate a opressão.

Como exemplo, a população haitiana no Brasil, em grande parte está apta ao mundo do trabalho, disposta a migração definitiva e a compartilhar saberes, mas, por outro lado, vistos como mão de obra barata e um problema social internacional.

Romper estas perspectivas e análises discriminatórias e construir cotidianamente os diretos humanos pensando no mundo que queremos e não no que estamos é nossa maior função.


Solidariedade a todos os povos do mundo!



--
Leonardo Koury – Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

domingo, 19 de outubro de 2014

Elites e o ódio de um Brasil que antes era escrito com Z e não com S



A grande diferença entre os governos PSDB e PT, principalmente no que tange a questões de identidade e relação estabelecida internacional é a discussão internacional.

Ao longo de muitas décadas o Brasil foi um país esquecido internacionalmente. Nada além de uma república corrupta e analfabeta, de grande projeção em riquezas naturais, mas sobre domínio político e ideológico estadunidense. 

Sejamos sinceros ao lembrar episódios tristes da nossa história, quando o ex presidente Fernando Henrique pedia permissão a Inglaterra e Estados Unidos para alguma tomada de decisão. A discussão de autonomia e independência surgia para o mercado, mas nunca para a Soberania Nacional.
Nos últimos doze anos, poderia enumerar profundas diferenças em relação a cultura e a discussão de estado. Porem é necessário ao menos três episódios para marcar tais diferenças, estes perpassam a economia, cultura e posição política internacional.

Pensar que as empresas brasileiras, reféns da moda estrangeira e de uma pequena elite, foi promovida internacionalmente com apoio do governo brasileiro. A engenharia, como exemplo, tem financiamento do BNDES, que antes não se tinha, para financiar obras brasileiras em especial na América Latina e África. Tal iniciativa não apenas gerou divisas ao Brasil, como revolucionou a tecnologia e a criação de empregos brasileiros em vários cantos do mundo.

No âmbito da Cultura, o reconhecimento de um país Latino Americano a si mesmo, bem como o processo de valorização do turismo sul americano e caribenho foi uma das grandes marcas do Brasil. 
Não apenas no eixo turismo de férias, mas do turismo de negócios e do turismo da educação. Muito além do ciências sem fronteiras, programa criado no Governo Petista, as relações internacionais no que tange a Ciência, Cultura e Relações Internacionais cresceram quase que do Zero e trazem o Brasil no topo da integração internacional. Nunca houveram tantas discussões no âmbito das Políticas Sociais e suas perspectivas internacionais, bem como integrações na discussão sobre culinária africana e latina. 

As posições políticas do Brasil, seja nos organismos internacionais ou mesmo na cooperação internacional é destacável. A relação política com a África que nunca havia saído do papel mudou, o Brasil passa a ter como seu maior parceiro comercial a China e não mais os Estados Unidos, além do BRICS que integra uma nova condição de financiamento e desenvolvimento dos países que antes dependiam do Banco Mundial e sua cartilha liberal.

Questões como o reconhecimento do território palestino, a discussão sobre uma intervenção realmente humanitária que acontece hoje no Haiti e a posição do Brasil frente a voz dos excluídos, que superaram o mapa da fome da ONU/PNUD, mas não deixam de ter posição contra os ataques imperialistas.

Apenas um país que possam manter a soberania e compreender que América Latina é um importante eixo da luta contra o imperialismo pode ser chamado de uma país do futuro. Contrário disso será o repetido discurso contra Cuba e a submissão ao governo Norte Americano. 
Não sinto saudades de um governo que assinava o Brasil com Z e não com S.


--
Leonardo Koury – Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Preconceito Social e Racial nas Urnas



Este pequeno texto não tem a intenção de fazer um relato sobre Dilma ou Aécio, mas será uma fonte de críticas da atual conjuntura humana que  vivemos nas últimas semanas no Brasil.

Uma onda de Ant-Algo que não é medo do “Antes ou do Agora”, mas sim uma forma relativamente óbvia de anular o debate democrático. Ser anti partidário ou se considerar intelectualmente superior é uma forma simples de negar os argumentos do outro e desfazer toda argumentação de que maiorias ou minorias democráticas se formam na diferença de opiniões e não da negação do ser. Vale lembrar que apartidário é diferente de ser anti-partidário.

Na última semana em especial, assustei-me ao perceber nas redes sociais, discursos de ódio e afirmação de que Dilma foi para o segundo turno com voto de pessoas negras e burras, nordestinas que estão presas no “cabresto” do Bolsa Família. Esta afirmação surgiu em de alguns eleitores do Estado de São Paulo que constroem através do Facebook e Twitter uma forma de organizar seus amigos e familiares para eleger Aécio presidente.

Se o voto é Secreto, como sabem que os eleitores do PT são os que tem menor escolaridade? Se o voto é secreto quer dizer que São Paulo, o Estado com o maior índice de famílias pobres brasileiras que tem o direito à transferência de renda, tem eleitores pobres mas inteligentes que não querem viver mais de Bolsa Família e os eleitores do Nordeste brasileiro são menos inteligentes? Como subsidiam estes argumentos se não for pelo preconceito social e racial?

Se o voto é Secreto como definem se quem votou era negr@ ou branc@, pobre ou rico?

Cheguei a ler também, que eleitores homossexuais preferem Dilma e Luciana Genro porquê elas não tem pudor. Porem como sabem ao certo que quem as elegeu tem essa ou aquela orientação sexual? Quem define que a comunidade LGBT é minoria ou maioria social?

A grande questão, inclusive para se enfrentar pós eleições, é que temos o dever de intensificar o debate sobre Direitos Humanos, como também, o debate sobre Raça e Classe no país qual uma parcela de sua população se identifica a cada dia com conceitos de uma economia liberal e determinantes preconceituosos. Essa parcela populacional que constrói o discurso afirmando não diferenças humanas, mas sim desigualdades e opressões.


--
Leonardo Koury – Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Livro descreve Lutas do Povo Brasileiro



O Núcleo de Estudos e Formação Política Rosa Luxemburgo em parceria com o sitio Rebelion.Org lança um Livro que tem como objetivo fazer o Fichamento de diversas lutas sociais ocorridas no Brasil ao longo dos séculos.

A proposta deste material é formatar um Catálogo de Imagens e um registro de Fichamento das principais lutas sociais que marcaram a história do Brasil.

Trata-se de reconhecer o papel popular nas transformações sociais, políticas, econômicas e construir um outro olhar diferente de uma história elitizada, contada pelos homens brancos europeizados, que retratam: heróis, reis e outros mitos individuais.

Torna-se necessário alentar sobre o papel do poder popular, uma vez, que este é a grande mola propulsora de mudanças em qualquer estrutura social.

Da luta dos índios e escravos por resistirem a escravidão até os dias atuais, como a juventude nas ruas contribuindo por um diálogo de mudanças, no marcante junho de 2013.

Este material pretende fugir do academicismo e considerar análises e perspectivas que dialogam de forma coletiva na organização de uma luta que antes de mais nada é a luta do povo brasileiro.

Como prevê o paragrafo único do primeiro artigo da constituição aprovada em 1988, todo poder emana do povo. Que lutemos para efetivar nossos sonhos por uma nova ordem, longe de qualquer forma de opressão.

O desejo é que este fichamento tenha possibilidade de contribuir para a curiosidade do leitor e para que o mesmo utilize qualquer meio de pesquisa para aprofundar sobre os conhecimentos presentes neste material e outros que aqui não foram citados, mas são correlatos presentes em pesquisas a qualquer sitio eletrônico.

A construção do conhecimento deve ser sempre uma alternativa importante a não subordinação à classe dominante pela classe trabalhadora.

Apenas o conhecimento e a livre organização popular pode ser emancipatória como expressa Paulo Freire através de suas vivências e escritas.

As lutas sociais acontecem todos os dias, no cotidiano da classe explorada na revolta pelos flagelos trazidos na exploração e contra seus opressores. Tenhamos no cotidiano o olhar construtivo da crítica social e contra as diversas manifestações que configuram a Questão Social no embate das relações entre o capital e o trabalho.

 Baixe o Livro

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Desabrigar o Isidoro é ir contra o ECA





Inicio este pequeno artigo com a palavra desabrigar. A mesma sugere segundo o dicionário o entendimento de deixar sem abrigo. No caso oito mil famílias e milhares de crianças e adolescentes que hoje estão morando em suas casas no entorno do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Desabrigar simboliza desproteger aquelas e aqueles que já tem suas moradias, construídas com as próprias mãos, fruto da resistência de quem um dia se sentiu injustiçado pela falta de políticas públicas e pela escravidão do aluguel.

Um dos grandes avanços sociais presentes na Constituição Federal é a garantia de direitos voltadas a Crianças e Adolescentes. Um conjunto normativo, pós 88, permitiu um sistema integrado de políticas sociais e um vasto arcabouço jurídico que fomentou a cidadania de muitos brasileiros da primeira infância à juventude.

De acordo com a constituição, o artigo 227º diz que Crianças e Adolescentes tem prioridade absoluta e é antes de mais nada um dever do Estado assegurar este conjunto a sociedade civil toda proteção integral a família.

Em Belo Horizonte, a qualquer momento este direito pode ser descumprido por parte da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e do Governo Estadual. Existe um risco das oito mil famílias de três ocupações (Rosa Leão, Esperança e Vitória) nas cidades de BH e Santa Luzia, no entorno da mata do Isidoro, serem despejadas de forma opressora pela Polícia Militar.

A grande questão legal é aonde ficarão as famílias a serem desabrigadas. Em que espaços de acolhimento, uma vez que a cidade não contem vagas a todas as famílias em especial as crianças ali presentes.

Segundo a lei federal 8069/90 o abrigamento dependerá da organização e infraestrutura de responsabilidade do poder executivo (neste caso municipal) e a ordenação da Vara de Infância e Juventude e acompanhamento do Conselho Tutelar. É importante considerar que Belo Horizonte não tem mil vagas de abrigamento para todas as crianças e adolescentes. Portanto aonde ficarão estas famílias? E as crianças e adolescentes? Como se dará o direito ao acesso escolar e outras garantias de cidadania?


Aguardamos até o momento o pronunciamento do poder judiciário para saber se será descumprido o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma vez que o despejo das famílias que vivem em suas casas próprias na região do Isidoro tratá a cena pública uma violação de direitos múltipla, não apenas aos mais jovens, mas irá cessar do direito a moradia e a dignidade humana.


--
Leonardo Koury – Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

sábado, 2 de agosto de 2014

Plebiscito Popular porque o poder emana do Povo




O que é um Plebiscito Popular?

Um Plebiscito é uma consulta na qual os cidadão e cidadãs votam para aprovar ou não uma questão. De acordo com as leis brasileiras somente o CongressoNacional pode convocar um Plebiscito.

Apesar disso, desde o ano 2000, os Movimentos Sociais brasileiros começaram a organizar Plebiscitos Populares sobre temas diversos, em que qualquer pessoa, independente do sexo, da idade ou da religião, pode trabalhar para que ele seja realizado, organizando grupos em seus bairros, escolas, universidades, igrejas, sindicatos, aonde quer que seja, para dialogar com a população sobre um determinado tema e coletar votos.

O Plebiscito Popular permite que milhões de brasileiros expressem a sua vontade política e pressionem os poderes públicos a seguir a vontade da maioria do povo.

O que é uma Constituinte?

É a realização de uma assembleia de deputados eleitos pelo povo para modificar a economia e a política do País e definir as regras, instituições e o funcionamento das instituições de um Estado como o governo, o Congresso e o Judiciário, por exemplo. Suas decisões resultam em uma Constituição. A do Brasil é de 1988.

 Porque uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político?

 Nos meses de Junho e Julho de 2013 milhões de jovens brasileiros foram às ruas para lutar por melhores condições de vida, inicialmente contra o aumento das tarifas do transporte, mas rapidamente a luta por mais direitos sociais estava presente nas mobilizações, pedia-se mais saúde, mais educação, mais democracia. Nos cartazes, faixas e rostos pintados também diziam que a política atual não representa essa juventude, que quer mudanças profundas na sociedade brasileira.

 As mobilizações das ruas obtiveram conquistas em todo o país, principalmente com as revogações dos aumentos das tarifas dos transportes ou até diminuição da tarifa em algumas cidades, o que nos demonstrou que é com luta que a vida muda! Mas a grande maioria das reivindicações não foram atendidas pelos poderes públicos.

 Não foram atendidas porque a estrutura do poder político no Brasil e suas “regras de funcionamento” não permitem que se avance para mudanças profundas. Apesar de termos conquistado o voto direto nas eleições, existe uma complexa teia de elementos que são usados nas Campanhas Eleitorais que “ajudam” a garantir a vitória de determinados candidatos.

 A cada dois anos assistimos e ficamos enojados com a lógica do nosso sistema político. Vemos, por exemplo, que os candidatos eleitos têm um gasto de Campanha muito maior que os não eleitos, demonstrando um dos fatores do poder econômico nas eleições. Também vemos que o dinheiro usado nas Campanhas tem origem, na sua maior parte, de empresas privadas, que financiam os candidatos para depois obter vantagens nas decisões políticas, ou seja, é uma forma clara e direta de chantagem. Assim, o ditado popular “Quem paga a banda, escolhe a música” se torna a melhor forma de falar do poder econômico nas eleições.

 Além disso, ao olharmos para a composição do nosso Congresso Nacional vemos que é um Congresso de deputados e senadores que fazem parte da minoria da População Brasileira. Olhemos mais de perto a sua composição:

- mais de 70% de fazendeiros e empresários (da educação, da saúde, industriais, etc) sendo que maioria da população é composta de trabalhadores e camponeses.
- 9% de Mulheres, sendo que as mulheres são mais da metade da população brasileira.
- 8,5% de Negros, sendo que 51% dos brasileiros se auto-declaram negros.
- Menos de 3% de Jovens, sendo que os Jovens (de 16 a 35 anos) representam 40% do eleitorado do Brasil.

Olhando para esses dados, é praticamente impossível não chegar a conclusão de que “Esse Congresso não nos representa!!!” e que eles não resolverão os problemas que o povo brasileiro, em especial a juventude, levou às ruas em 2013.

E para solucionar todos esses problemas fundamentais da nossa sociedade (educação, saúde, moradia, transporte, terra, trabalho, etc.) chegamos a conclusão de que não basta mudarmos “as pessoas” que estão no Congresso.

Precisamos mudar “as regras do jogo”, mudar o Sistema Político Brasileiro. E isso só será possível se a voz dos milhões que foram as ruas em 2013 for ouvida. Como não esperamos que esse Congresso “abra seus ouvidos” partimos para a ação, organizando um Plebiscito Popular que luta por uma Assembléia Constituinte, que será exclusivamente eleita e terá poder soberano para mudar o Sistema Político Brasileiro, pois somente através dessa mudança será possível  alcançarmos a resolução de tantos outros problemas que afligem nosso povo.​

Semana da Pátria de 1 à 7 de Setembro estaremos em todo Brasil construindo #UmaNovaPolítica porque todo poder emana do Povo! - http://www.plebiscitoconstituinte.org.br/

terça-feira, 15 de julho de 2014

Somos todos Palestinos





A luta pela liberdade marca a história de um povo que de forma árdua disputa território contra seu maior opressor. Não é uma disputa religiosa. Ingenuidade é entender a Palestina enquanto um problema entre judeus e muçulmanos.

A Palestina deixou de existir oficialmente, quando em 1946 o desejo bélico, dos estadunidenses transformou no estado de Israel uma colonia americana. Contudo a história não foi apagada pelo desejo de continuar a luta de um povo marcado pela opressão e por sua coragem.

Conhecidos como aqueles que enfrentam armas pesadas com estilingue, o povo palestino resiste a opressão imperialista e tem apoio majoritário da maioria dos países no mundo, apesar de que a ONU não o reconheça, o que vale é a luta pela Liberdade.

O povo palestino não irá submeter aos desmandos capitalistas e o povo árabe resistirá a ganância dos países imperialistas que não preocupam com a vida e sim empunham pilhas da morte em troca do capital. A unidade da luta pela liberdade do povo palestino não é nada além de uma grande vitória visto todo genocídio impresso no oriente médio.

#SomostodosPalestinos #FreePalestine




Mais imagens acesse o Álbum :
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.724494757610721.1073741837.417854978274702&type=1



Leonardo Koury Martins - Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais e Filho de Árabes

quinta-feira, 10 de julho de 2014

A Juventude quer #UmaNovaPolítica




Por: Leonardo Koury Martins

Em todo país a discussão sobre a Política, ainda mais, depois das transformações sociais e econômicas ocorridas nos últimos doze anos, trazem a cena pública o que será no futuro. Estamos dizendo do futuro, pois conseguimos hoje construir um presente, diferente dos últimos quinhentos anos. Temos a condição de não pensar no passado como saudade, mas de aprender com o passado e desejar a melhoria da vida de brasileiras e brasileiros, mesmo que ainda marcados pela opressão capitalista.

Por sua vez, a juventude em sua constituição: na constituição biológica, humana, questionadora e desejosa por transformação; tem nestes últimos anos dado sua contribuição por uma discussão de mais futuro e mais mudanças.

Seja pelas mobilizações das redes e das ruas, em todo país, como exemplo em Minas Gerais, a organização da juventude em busca de uma política que identifique os desejos da classe trabalhadora torna-se mais pulsante.

É inegável que junho de 2013 foi um marco histórico neste início de década, mas a inundação da juventude nos novos espaços educacionais, na cultura, na discussão sobre segurança e contra o proibicionismo, trouxeram não só para a juventude, mas para todo país uma outra forma de pensar e de fazer política.

Os anseios dessa juventude, em especial, da juventude que se encontra na nova classe trabalhadora e que traz da cultura da periferia o desejo de emergir socialmente, não apenas para o ingênuo consumismo, mas para discutir seu papel no que é de interesse público é avivador. A juventude se organiza através do feminismo, da luta contra os homicídios na juventude negra, pela construção de uma política de educação que seja no desejo paulo freiriano: o de não ensinar a obedecer, mas em ajudar a pensar.

A juventude, constrói cotidianamente sua identidade buscando ser democrática e de massas e deixa avidamente os sonhos de uma sociedade com justiça social e igualdade de condições, inclusive na sua diversidade de cores e expressões.

E para buscar o desejo de #UmaNovaPolítica a juventude é hoje, no conjunto dos movimentos sociais e na organização popular o seguimento etário que mais levanta as bandeiras da Reforma Política, do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Política, porque uma sociedade de desigualdade começa a ter fim, quando o início da discussão é de trazer a cena pública uma outra forma de participação e democracia no país.

Não haverá democracia se não existir uma Política que seja a cara da Juventude, e não pode ser a cara da juventude uma democracia que seja diferente da construída pela Classe Trabalhadora. Só pode haver uma nova política, se toda juventude tiver o compromisso de mudar a política para termos nas comunicações, no congresso, no campo e nas cidades um poder que verdadeiramente emana do Povo.


--
Leonardo Koury – Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais



segunda-feira, 23 de junho de 2014

Marco Civil da Internet no Brasil



Não adianta chorar: aprovado em todas as instâncias devidas e sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, o Marco Civil da Internet finalmente começou a valer na data de hoje, dia 23 de junho de 2014. 

Dessa forma, todos os usuários brasileiros da rede mundial de computadores estão submetidos às novas regras, direitos e deveres estabelecidos pela lei de agora em diante. As operadores de internet por exemplo não podem baixar a velocidade ou vender pacotes para vídeos ou músicas de forma separada, uma iniciativa de deixar livre o uso para quem acessa as redes.

As regras máximas em vigor no Brasil não possuíam uma definição clara e específica de exatamente o que é a internet até a data de ontem. 

No entanto, com a mudança de data, passa a valer oficialmente a descrição que a classifica como “o sistema constituído do conjunto de protocolos lógicos, estruturado em escala mundial para uso público e irrestrito, com a finalidade de possibilitar a comunicação de dados entre terminais por meio de diferentes rederes”.

Abaixo uma regra feita pelo tecmundo sobre os avanços do novo Marco Civil da Internet, clique para ampliar e ler com mais qualidade:

 clique aqui

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Por uma comunicação classista




Nas últimas semanas, algumas declarações feitas por políticos brasileiros e pela imprensa, deixam a todas e todos claramente a noção que a Direita brasileira tem se posicionado publicamente e tomado espaço na mídia.

Jair Bolsonaro ao discursar na Câmara dos Deputados, se posicionou como porta-voz nacional e lança sua candidatura a presidência a favor da família e contra as lutas sociais e os Direitos Humanos. Outro discurso exposto com o carácter neofacista, foi o do prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda. O atual prefeito da capital mineira disse ao jornal O Tempo no qual se percebe pós junho de 2013 um aumento das manifestações e que as mesmas, começaram a ocorrer de forma mais violentas e de que é necessário a repressão do Estado para a garantia da ordem pública.

O que perpassa por estes discursos e o que nós, classe trabalhadora temos que perceber, é que a cada dia no Brasil fica mais nítido os posicionamentos à Direita, bem como deve ser papel dos movimentos de Esquerda frente a luta pela melhoria das condições de vida do povo e pela organização dos movimentos sociais.

Na discussão destes e de outros políticos de Direita, o contraponto sobre as pautas da diversidade e da pluralidade e da desmilitarização das políticas a cada dia se tornam mais necessárias como bandeiras coletivas. Estas manifestações em torno da Questão Social nos fazem refletir sobre o cerceamento por parte do Estado, que aliado a classe dominante, coíbe a liberdade de expressão e oprime as lutas sociais.

Que o compromisso de organizar a classe trabalhadora e a tomada de consciência sejam a cada dia o foco central da nossa estratégia de possibilitar uma nova política.

O discurso da Direita é fácil, simplificado e parte do senso comum para massificação do povo, porém devemos criar a cada dia, mecanismos de comunicação social de maneira expressiva, para que o discurso fácil seja a consequentemente substituído pelo reconhecimento e pela organização de uma nova ordem societária, longe da opressão e construída nos patamares da igualdade, diversidade e liberdade.

Leonardo Koury Martins - Escritor, Educador, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais


sábado, 12 de abril de 2014

Nos EUA, a confirmação da mão de Roberto Marinho nos bastidores da Ditadura



Em telegrama ao Departamento de Estado norte-americano, embaixador Lincoln Gordon relata interlocução do dono da Globo com cérebros do golpe em decisões sobre sucessão e endurecimento do regime por Helena Sthephanowitz publicado 05/04/2014 15:25, última modificação 05/04/2014 15:27 LBJ LIBRARY/USA Lincoln Gordon

Embaixador Gordon descreve em detalhes ao Departamento de Estado dos EUA a influência de Marinho. No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama então classificado como altamente confidencial – agora já aberto a consulta pública. 

A correspondência narra encontro mantido na embaixada entre Gordon e Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão golpista. Segundo relato do embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” junto a um grupo composto, entre outras lideranças, pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery do Couto e Silva, chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI); Luis Vianna, chefe da Casa Civil, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castelo Branco.

No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castelo para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente à ideia, de acordo com Gordon.

Revista do Brasil: parece que foi legal, mas foi golpe. No encontro, o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington, Juracy Magalhães, para ser ministro da Justiça. Castelo, aceitou a  indicação, que acabou acontecendo depois das eleições para governador em outubro. O objetivo era ter Magalhães por perto como alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado dócil demais para a pasta, como descreve o telegrama. De fato, Magalhães foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.

No dia 31 de julho do mesmo ano houve um novo encontro. Roberto Marinho explica que, se Castelo Branco restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir o general-presidente a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. 

Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, o dono da Globo também disse que o grupo que frequentava defendia um emenda constitucional para permitir a reeleição de Castelo com voto indireto, já que a composição do Congresso não oferecia riscos. Debateu também as pretensões do general Costa e Silva à sucessão. Lincoln Gordon escreveu ainda ao Departamento de Estado de seu país que o sigilo da fonte era essencial, ou seja, era para manter segredo sobre o interlocutor tanto do embaixador quanto do general: Roberto Marinho.

E seu relato, Gordon menciona Marinho entre os cérebros da continuidade 
do golpe. E cita Milton Campos como muito respeitável (clique e amplie para leitura)


Eleições diretas poderiam das margens para o golpe; como o marechal Lott; 
regime criaria eleição indireta (clique e amplie para leitura)


Marinho discutiu com Caslelo Branco a possibilidade de 
Costa e Silva vir a sucedê-lo (clique e amplie para leitura)

O histórico de apoio das Organizações Globo à ditadura não dá margens para surpresas. A diferença, agora, é confirmação documental.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

BH sem Rumo - A cidade do Lacerda


Nos últimos tempos, Belo Horizonte anda parecendo uma cidade governada por um indivíduo e não por um projeto que tem um programa de governo e concepções coletivas para ser organizado. 

Quem não percebeu que do nada, uma rua vira mão-inglesa, que uma avenida deixa de ter rotatória, que o metrô que era pra ser metrô vira BRT? Que até mesmo uma liminar impedindo o aumento da tarifa de ônibus passa a ser desobedecido pelos gestores municipais em conluio com as empresas de ônibus.

No dia sete de abril, na Avenida Cristiano Machado. Moradores dos Bairros: Dona Clara, Minaslândia, Primeiro de Maio e Suzana pararam através de manifestação o trecho entre as avenidas Cristiano Machado e Sebastião de Brito, que antes existia um cruzamento e agora deixou de existir. Os moradores alegam que não houve diálogo assim como a extinção dos pontos de ônibus no local.

Conhecido como A CIDADE SEM RUMO, de Márcio Lacerda a cidade continua assim; sem democracia e na mão dos empresários. Cidadã e cidadão de Belo Horizonte, o que você tem a ver com isso?



sábado, 29 de março de 2014

Machismo não é senso comum e sim Opressão




A alguns anos, venho escrevendo e me dedicando propriamente em dialogar sobre as relações sociais e o poder. Debate que infere a construção de pensamentos e reflexões sobre a teoria e a prática numa sociedade de classe.

Estes últimos dias, um debate antigo e de características masculinizadas, moralista e conservadora traz a cena pública a seguinte questão. Se mulheres e seu comportamento formam a oportunidade e justifica um ato de violência masculina. Portanto as condições de diálogo sobre os 65% dos entrevistados e entrevistadas que respondiam que justificava o estupro vão mais do que só uma justificativa.

Numa sociedade em que seu sistema de produção econômico, por si, promove a desigualdade como fonte de sua manutenção, necessita de engendrar de forma cultural e em sua organização social conceitos muito além de senso comum.

Para manter a desigualdade entre gênero e sexualidade, promove não apenas singelas denominações heteronormativas, mas produzem cotidianamente a afirmação da necessidade de opressão para o alinhamento societário. O uso da força deve ser justificado quando o mais fraco ressalta suas características individuais. Afinal, para a opressão sexista, mulheres e  homens de respeito deveriam usar roupas adequadas no local de trabalho, no local de lazer, no local e local..

A grande questão também permeia o racismo quando negras e negros não estão devidamente vestidos, pois uma bata africana não é uma roupa adequada para se trabalhar em um banco ou em uma grande empresa.

A descaracterização das diferenças, reafirma a uniformização do padrão social que traz aos negros e negras, as mulheres a inferioridade e subalternidade. Também afirma a necessidade de criminalização a livre orientação sexual, a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais.

Não é apenas um discurso da moral e das normas sociais que estão em jogo, mas a construção de um padrão, de uma centralidade cultural que por trás reafirma a necessidade de que o modelo de produção capitalista não seja questionado.

Oprimir não é um ato de defesa de costumes, mas de ataque a toda forma de levante da opressão. A liberdade ameaça não apenas a hegemonia cultural, mas ameaça aqueles que fazem da individualidade, da disputa e da descaracterização das diferenças o motor para não se aprofundar na mais-valia e nas reais condições de poder atualmente estabelecidas.

Portanto, nestes discursos de defesa da família é perceptível a fragilidade de sua construção humanista, pois os mesmos que defendem a vida e negam o direito ao aborto, defendem e justificam que mulheres por suas atitudes sejam estupradas, como também defendem a juventude e aos pobres que não tem acessos reais a justiça a pena de morte.

Defendem a vida e se preciso a morte para todo ou qualquer discurso que desfaça o padrão de sociedade que acreditam. Defendem as possibilidades de consumo e seu padrão burguês de vida, mas marginaliza as lutas sociais e reafirmam o marginal padrão que norteia a desigualdade e as relações econômicas.

Termino parafraseando e construindo uma relação em complementar Malcolm X, quando ele diz que não devemos confundir a violência do opressor com a reação e a resistência do oprimido; e que façamos da opressão nossa bandeira e conquista não apenas por novos direitos, mas que não limitemos em legalidades, mas sim de mudar o mundo, pois apenas uma nova ordem pode construir uma nova sociedade.



Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

domingo, 16 de março de 2014

Mapa da Desigualdade Econômica no Capitalismo





Nova pesquisa revela que PIB mundial atinge maior valor da história, mas divisão segue extremamente desigual.

Cinco anos depois do início da crise econômica mundial, marcada pela quebra do banco norte-americano Lehamn Brothers, os indicadores financeiros seguem apontando para uma concentração da riqueza ao redor do globo. De acordo com o relatório "Credit Suisse 2013 Wealth Report", um dos mapeamentos mais completos sobre o assunto divulgados recentemente, 0,7% da população concentra 41% da riqueza mundial.

Em valor acumulado, a riqueza mundial atingiu em 2013 o recorde de todos os tempos: US$ 241 trilhões. Se este número fosse dividido proporcionalmente pela população mundial, a média da riqueza seria de US$ 51.600 por pessoa. No entanto, não é o que acontece.

A Austrália é o país com a média de riqueza melhor distribuída pela população entre as nações mais ricas do planeta. De acordo com o estudo, os australianos têm média de riqueza nacional de US$ 219 mil dólares.

Apesar de serem o país mais rico do mundo em termos de PIB (Produto Interno Bruto) e capital produzido, os EUA têm um dos maiores índices de pobreza e desigualdade do mundo. Se dividida, a riqueza dos EUA seria, em média, de mais de US$ 110 mil dólares. No entanto, é atualmente de apenas US$ 45 mil dólares - menos da metade.

Entre os países com patrimônio médio de US$ 25 mil a US$ 100 mil, se destacam emergentes como Chile, Uruguai, Portugal e Turquia. No Oriente, Arábia Saudita, Malásia e Coreia do Sul. A Líbia é o único país do continente africano neste grupo. A África, aliás, continua com o posto de continente com a menor riqueza acumulada.

Mesmo com o crescimento da riqueza mundial, a desigualdade social continua com índices elevados. Os 10% mais ricos do planeta detêm atualmente 86% da riqueza mundial. Destes 0,7% tem posse de 41% da riqueza mundial.

Os pesquisadores da Credit Suisse também fizeram uma projeção sobre o crescimento dos milionários ao redor do mundo nos próximos cinco anos. Polônia e Brasil, com 89% e 84% respectivamente, são os países que mais vão multiplicar seus milionários até 2013. No mesmo período, os EUA terão um aumento de 41% do número de milionários, o que representa cerca de 18.618 de pessoas com o patrimônio acima de 1 milhão de dólares.



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Nova classe trabalhadora e o Movimento Estudantil




O movimento estudantil universitário tende a manifestar as expectativas da classe média, ainda que possa ter um caráter progressista. Por isso, quando se engajam, os estudantes da nova classe trabalhadora tendem a fazê-lo em movimentos para fora dos limites das universidades.

Os protestos de junho marcaram uma virada de ciclo político no país e o momento atual é de relativa ascensão das lutas populares. A juventude vem desempenhando papel importante nesse processo – um papel que os analistas têm tido dificuldade em interpretar. Exemplo disso encontra-se em pesquisas realizadas durante as manifestações em diversas capitais. Nas ruas, 52% dos manifestantes declararam ser estudantes (Ibope), enquanto em São Paulo a proporção chegou aos 70% (Datafolha). Esse dado parece paradoxal se considerado à luz da crise que muitos analistas acreditam acometer o movimento estudantil há décadas, que é interpretada como um desinteresse do estudante pela política, reforçado com a baixa adesão ao movimento por parte dos setores da classe trabalhadora que tem alcançado o ensino superior (Pochmann, 2014).

Esse aparente paradoxo revela a fragilidade das leituras correntes sobre a experiência de engajamento estudantil no Brasil, o que prejudica uma adequada resposta a questões que vão adquirindo maior importância na nova conjuntura. Por exemplo, que contribuição pode dar o movimento estudantil neste novo ciclo em termos de potência de transformação social? Ou: pode ser ele um canal de manifestação da “nova classe trabalhadora”, que chega às universidades em maior número, e tem sido um ator decisivo neste novo momento político? A adequada abordagem dessas questões envolve a consideração de uma variável rara ou insuficientemente tratada nos estudos dedicados ao movimento estudantil: sua composição e seu conteúdo de classe.

Classes sociais: definições gerais sobre um tema controverso

O tema das classes sociais envolve muita polêmica (Bobbio, 1998; Bottomore, 1997). Não é nosso objetivo abordá-las em profundidade, mas apenas buscar definições gerais que nos serão úteis. Em primeiro lugar, é preciso estabelecer um critério para nossa definição de classe social. Adotamos aqui o critério da posse de propriedade, o qual permite reconhecer desigualdades sociais fundamentais que condicionam profundamente as experiências e dinâmicas de grupos sociais e ajudam a dimensionar sua potência transformadora, proporcional à sua incidência sobre as relações de produção – determinantes aos demais aspectos da sociedade. São proprietários os que detêm a posse dos meios de produção, trabalhadores os que vendem aos proprietários sua força de trabalho como condição de sustento, enquanto entre ambos se localizam as classes médias, que incluem setores como pequenos proprietários e antigos profissionais liberais (Pomar, 2013).

Adicionalmente, não se pode negligenciar o fato de que é constitutiva do capitalismo a separação entre a esfera da economia e a da política, conduzindo a uma igualdade político-jurídica formalmente estabelecida sobre desigualdades econômicas reais que não chegam a ser juridicamente reconhecidas ou justificadas. Isso reforça a descontinuidade entre a localização objetiva de classe (“classe em si”, definida em relação à posse de propriedade) e seu reconhecimento como comunidade de interesses correspondentes a essa localização (“classe para si”). É na política que esse reconhecimento pode ou não acontecer, daí a importância de considerarmos aspectos como as faixas de renda ou o acesso à educação superior: elas estabelecem grupos cujos critérios de estratificação não se reduzem aos critérios de classe, mas manifestam de modo mais imediato conflitos de interesse mais profundos, notadamente os de classe.


Fonte:http://www.teoriaedebate.org.br/materias/nacional/nova-classe-trabalhadora-e-o-movimento-estudantil 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinho, Segurança Pública e o Medo Burguês



Para um país convencionalmente “não racista”, a ideia do Rolezinho é um caso de segurança pública, de uma medida severa que o Estado tem que dar como resposta social a uma possível agressão ao patrimônio privado.

Porem, cotidianamente esta resposta é dada nos “rolezinhos” em todo país. Seja no toque de recolher da periferia, no qual a juventude principalmente negra e pobre deve explicações diversas para justificar a “autoridade policial” porque está andando na rua sozinho ou em grupo a noite.

Também percebemos esta resposta no dia a dia da execução das políticas públicas quando jovens negr@s devem explicações sociais porque tiveram direitos as cotas e até mesmo aos negros e negras que conquistam um padrão maior de consumo ou um acesso melhor ao mercado de trabalho.

O preconceito que está envolto seja pela ascensão via talento musical, ou pela qualidade nos esportes ou por ser um doutor em geografia como em vários discursos, Milton Santos tinha que responder aos reportes, como é ser um intelectual negro e não como é ser um intelectual.

O que está em jogo nos “rolezinhos” é uma negação do direito de ir e vir da juventude periférica, que com a melhoria econômica passou a poder ter poder aquisitivo e frequentar os mesmos lugares antes rodeados de pessoas brancas.

Fato é que sempre parece mais conveniente provocar uma discussão no âmbito da segurança pública sobre os “rolezinhos” do que discutir o racismo presente na sociedade que marginaliza o acesso de negr@s desde os shoppings as cadeiras da universidade.

A grande questão é o medo de uma sociedade fragilmente burguesa e racista em perceber que estamos em um país no qual eles não são mais os donos de escrav@s, de uma sociedade branca que se entristece nas redes sociais pela morte de Nelson Mandela porem aplaude a ação racista da polícia em dizer quem tem o direito de se organizar enquanto raça e classe.


Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais 



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Favela do Metrô Mangueira é ataca pela PMRJ - Não vai ter copa!



Se não bastasse as Balas de Borracha, as Bombas de gaz e efeito moral, agora a polícia do Rio de Janeiro para "limpar" o caminho até o Maracanã utiliza a repressão conjugada com armas calibre ponto 40.

No Sol do meio dia até a madrugada de ontem a Favela do Metrô Mangueira resistiu bravamente a ordem de desocupação emitida pela justiça estadual a pedido da prefeitura do Rio de Janeiro. Dezenas de famílias fizeram barricadas e entre violência e prisões conseguiram resistir até uma liminar ser expedida de direito de posse, sendo que estas famílias moram a mais de 30 anos no local e não receberiam nenhuma indenização ou acesso a programas de habitação.

Abaixo o link do álbum do camarada Francisco Chaves e o vídeo gravado pelo jornal: A Nova Democracia e a continuidade do grito da população em #NãoVaiTerCopa ... Rio de Janeiro #resiste 


Link e vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=R3DkSuRogF4 

Link do Álbum de fotografia:

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo