segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Crônica de ano novo


Se for ano novo, como fica o meu velho, minha vida velha, minhas coisas velhas, meus amigos que nem estão tão velhos assim.

Se vier realmente este tal ano novo? O que vai acontecer com quem em dois mil e sete era povo? Será que todos vamos deixar de ser povo? Será que a Rede Globo vai fazer novela de novo.

E meus desejos? Se for ano novo meu desejo velho é trocado por um desejo novo? Mas que desejo? Nem mesmo sei onde acumularei meus desejos já tenho que preocupar com o novo que substitui o velho, novo, não quero de novo...

E minha casa? E minha família, será que ser ano novo e vida nova, minha família será nova? Será que eu serei novo? Terei que nascer de novo. Aiiii, alguns ainda me passam desejando paz, mas para que, se este ano todo vai sumir e seremos novos, o ano será novo. Tudo de novo...

Espera ai; se for ano novo terei que viver e escrever no dia trinta e um isto tudo de novo?

Juventude e Violência


Nos grandes cruzamentos das principais metrópoles do país, encontramos muitas vezes a mesma situação. Crianças e jovens em seu malabares, vendendo balas, limpando vidro dos carros entre outras atividades honestas em busca da sua sobrevivência.


No século XXI, imaginar que teríamos seis milhões de crianças abaixo da linha da pobreza no Brasil segundo dados do relatório anual da UNICEF, 2005. Isto tudo contrasta com o ranking de segundo lugar nas cirurgias plásticas perdendo apenas para os Estados Unidos.


O choque social no Brasil é o maior causador da violência urbana, do aumento da mão de obra para o tráfico de droga e o crime organizado. Imaginar que meninos de doze anos conseguem se equilibrar com em uma Colt-AR15, FNFAL entre outros armamentos de média de 4 kg com o desejo inicial de poder ter uma vida diferente a que a maioria de sua classe social poderá alcançar.


Não é difícil escutar um ditado que se impera nas falas do jovem de periferia ?Viver pouco como Rei ou muito como Zé?, uma parte destes jovens hoje leva isso como filosofia de vida.
Se viver pouco, garantirá a ele dinheiro, fama no seu meio social, possibilidade de conhecer várias mulheres, pode ser algo aceitável.


Ser o Zé, significa nesta mesma visão algo pejorativo, ser o pedreiro, o garçom, o pai de família que ganha pouco e vive em dificuldades, pois este modelo está fora dos ?padrões globais?.


A falta de perspectiva de melhora, aproxima o jovem da criminalidade, isso apoiado na impunidade e também muitas vezes na ausência do poder público fazendo que o jovem busque de uma maneira rápida a solução de seus problemas, pois ninguém quer estar fora dos padrões que a mídia cultua, pois fora disto muitas vezes somente se vence o tão polêmico sistema sendo artista ou jogador de futebol.


Não é errado querer ter um tênis, um carro, buscar uma condição de vida melhor, mas o capitalismo limita seus excluídos filhos de acreditar que em uma vida honesta estes vão chegar a ter seu tão desejado ?sonho de vitória?.


Na prática o sistema afasta estes jovens e não dá reais condições de futuro através de uma vida honesta, por isso uma parte busca outras formas para não viver eternamente vendendo balas no farol dos cruzamentos, pois para alguns viver pouco sim, mas como Rei vale muito mais do que a velhice de um Zé.

sábado, 29 de dezembro de 2007

O que a imprensa nacional chama de retrospectiva



Hoje, pouco mais das oito da manhã ao abrir o sitio de um canal de comunicação importante no país me assusto com uma grande barbaridade. Estava lá em sua página principal as fotos e um link dos maiores acontecimentos deste ano que acaba na meia noite da próxima segunda feira.

Acredito que pelas imagens acima mostrada, retirada da página deste canal de comunicação, todos nós ficamos espantados por saber que a imprensa coloca estas imagens como as mais marcantes de 2007.

Abaixo em ordem de acordo com a notícia da esquerda para a direita os principais acontecimentos segundo a mídia:


+ Hugo Chaves como uma figura ditatorial,
+ Mônica Veloso depois do escândalo do ex-presidente do Senado Renan Calheiros fica nua para uma revista masculina,
+ Um ano marcado por diversos ataques do cão da raça Pit Bull em todo país,
+ O Brasil como “dono da casa” no Pan-americano Rio-2007,
+
Incêndio no sul da Califórnia destruindo casas de milionários estadunidenses,
+ Cicarelli em 2007 processa o canal virtual YouTube depois de ser flagrada na praia.


Conclui-se que neste ano não houve referendo popular na Venezuela, que Mônica Veloso na revista Playboy se destacou mais do que o escândalo do Senado, que o Pit Bull aterrorizou mais do que o fim da CPMF, que os milionários estadunidenses são muito importantes para nós e que Cicarelli ainda não tem privacidade nem para processar alguém.

O que verdadeiramente destaca disto tudo via olhar “marrom” da mídia é o Brasil no Pan-americano. Superamos o Canadá em medalhas e em toda sua história o governo não tinha apoiado tanto o esporte nacional. A construção esportiva fica para a população usufruir e marca uma nova fase para o Ministério dos Esportes como os projetos Bolsa Atleta e Academia Popular que darão além de futuras medalhas uma nova qualidade de vida para o nosso país.


sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Eu também quero a Vale de volta


*Foto do estrago que a Vale do Rio Doce faz em Itabira e região

Acredito que por mais problema que vamos ter com o “mercado internacional”, fica imprescindível, pautar o debate da re-estatização Vale do Rio Doce, empresa privatizada arbitrariamente no governo Fernando Henrique Cardoso.

Vendida no formato leilão por um pouco mais de 3 bilhões, a empresa que em cálculos valia mais de 80 bilhões, hoje como a segunda maior mineradora do mundo e a primeira em diversificação mineral está avaliada em de 150 bilhões.

E ai? Vamos nos preocupar com o que o “mercado internacional” vai dizer ou vamos colocar nossa posição enquanto brasileiros lesados nesta que foi a maior arbitrariedade das privatizações. Daniel Dantas a mando do Banco Bradesco no governo Fernando Henrique Cardoso foi responsável pela sua avaliação e compra algo irregular, desde que quem tem papel de avaliador em um Leilão jamais pode dar oferta ao produto por este avaliado.

Temos que aproveitar o governo Lula para que nós brasileiros possamos levantar a bandeira de um país mais justo, pois este património nacional se perde a cada dia na linha da história. O governo FHC que mais feriu o povo brasileiro nas últimas décadas está tido como um bom governo para estes mesmos que hoje defende o famoso ditado quase popular: “deixe como está, não vamos brigar com o mercado internacional”. O Brasil precisa do povo brasileiro agora, precisa do seu património de volta.

Pela democracia, pela soberania, pela independência, pela justiça e pela Vale de volta.

Escravidão antes e nos dias de hoje

Estamos no último país a abolir a escravidão, mas ainda perguntamos se alguma coisa mudou? Se o negro agora deixou de ser visto como objecto. Se as pessoas têm consciência que a escravidão realmente acabou.

O Brasil às vezes parece que não deixou de ser colônia dos países de primeiro mundo imagine se a escravidão ficaria sem deixar suas marcas entranhadas na cultura dos brasileiros. Ainda temos um país de negros em maioria herdando baixos índices sociais. Discutimos cotas raciais com o objectivo de diminuir o atraso social a esta parcela significante da população que durante séculos foi escravizada. Agora a discussão do presente mais justo ainda não fazemos tamanho debate, afinal não existe preconceito!

Jacob Gorender recorre aos navios negreiros e seus mercadores de escravos para dar base ao lucro do comércio escravista no Brasil. Hoje com a abolição dos escravos, a situação não está muito diferente, a cultura do negro ser um objecto, algo hora dispensável. Continua na mídia qual a cada dez artistas presentes na televisão brasileira apenas uma é negro, mas a falta de espaço encontra-se em todos os espaços, tanto dentro das universidades, quanto nos cargos de chefia.

O preconceito na sociedade caracteriza-se no momento em que o negro com dinheiro é igual a negro jogador de futebol ou artista, isso quando esta visão do negro com dinheiro no bolso ainda é amistosa, para não dizer na visão: negro e dinheiro / negro no crime organizado.

E ainda muitos de nós tentando partir para o discurso de cotas, sendo que o racismo está não apenas nos bancos universitários, enfim, entranhado em todo brasileiro. Onde você guarda seu preconceito racial? Se você pensou onde guarda é porque existe, só não se assume afinal não temos! Não é?

Venda as vendas



Venda as vendas


Não use vendas,
as venda.
Receita do Ministério da Fazenda.
Espero que você entenda,
que usando esta venda não verá o que terás de ver.
Tem alguém no planalto não querendo votar a emenda,
sim, a emenda constitucional da educação
e você não sabia? Culpe a venda!
Tem policial corrupto, medico sem papel para anotar receita
e criança sem merenda, será que somente eu quero que entendas?
O espaço é infinito e não acredite somente em lendas,
olha que tem alguém que te recomenda tirar as vendas para enxergar o que antes você não via.
Tenha estômago forte e nem adianta rezar “ave Maria”, porque tem criança disputando no lixo com ratos e cachorros a única refeição do dia, e tem gente na fila do hospital morrendo de pneumonia.
Entenda!
Até a bandeira de Minas te pede para que tire a venda, antes que tardia, enquanto alguns choram, outros têm alegria.
Não seja também desigual,
aceite os momentos tristes, mas também vá as festas a fantasia,
e se a roupa estiver rasgada, e se você tiver com pouco dinheiro,
uma linha e uma agulha no buraco (deixa p’ra lá),
mas vê se remenda, se não o dinheiro cai, daí não tem leite, arroz, feijão e sem dinheiro piora sua situação, assim serás mais um pedinte que não teve oportunidade (ou opção) .
Deixe de pensar somente com o coração e use também a razão, tire a venda e faça melhor, a venda.
O capitalismo recomenda.



“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo