Cerca de oito mil pessoas, em sua maioria, jovens e estudantes, participam da manifestação pacífica que percorre a Savassi e o Centro de Belo Horizonte, na tarde deste sábado, segundo a Polícia Militar. O protesto, que critica o valor de R$ 2,80 das passagens de ônibus da capital, percorreu três quilômetros e está na Praça da Estação.
Os militares informaram que o protesto segue com tranquilidade. Em um certo momento, um homem chutou a grade que faz a segurança da Praça da Estação para o Concentra BH, e houve um princípio de tumulto. Os próprios manifestantes conversaram com o homem, que se acalmou. A polícia também conversou com ele. Nenhuma outra ocorrência de gravidade foi registrada, segundo a PM. Por volta das 17h, parte do grupo se dispersou e outra seguia em direção à Praça da Rodoviária.
Os manifestantes levam cartazem que criticam a política brasileira, a corrupção, os gastos públicos com as obras para as Copas das Confederações e do Mundo, em 2014, além de protestar contra a violência registrada em São Paulo, durante esta semana.
Alguns dos brados da marcha são "Da Copa eu abro mão, eu quero dinheiro pra saúde e educação" e "ei polícia, vinagre é uma delícia", uma crítica à prisão de um jornalista que portavam um vidro de vinagre durante protestos em São Paulo.
Para o vice-presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBEs), Gladson Reis, os protestos que vêm acontecendo por todo país marcam um novo posicionamento da população. “É um novo levante da juventude. Não dá mais para a juventude ficar calada”, disse.
Ele explicou que a manifestação em BH contou com a participação de várias entidades, porém nenhuma delas estava no comando da marcha e a mobilização aconteceu pela internet. Toda a manifestação ocorreu de forma pacífica, tendo apenas um princípio de confusão que logo foi controlada quando a passeata estava na Praça da Estação. “A manifestação é pacifica, pois a juventude está consciente”, avaliou Reis.
Sobre a questão do transporte público, o vice-presidente da UBEs apontou uma pauta de reinvindicações e pediu uma reunião com o prefeito Marcio Lacerda. “Queremos nos reunir e negociar com a prefeitura. Vamos pedir uma auditoria nas contas da BHTrans, passe livre para todos os estudantes, congelamento das tarifas por dois anos e um metrô de qualidade”, disse.
Após se concentrarem na Praça da Savassi, subirem a Avenida Cristóvão Colombo, passarem pela Praça da Liberdade, e descerem a Avenida João Pinheiro, eles se reuniram brevemente na porta da Prefeitura de Belo Horizonte, na Avenida Afonso Pena, onde cantaram o Hino Nacional.
De acordo com os organizadores da manifestação na capital mineira, outros dois movimentos integram o protesto, sendo o Comitê Popular de Atingidos pela Copa (Copac) e o Pic Nic Junino do Movimento Fica Fícus.
O encontro, como explica a própria organização por meio de uma rede social, tem por objetivo discutir a situação atual do transporte público. A principal bandeira deles é a do passe livre nos coletivos.
Protestos em São Paulo
Em São Paulo, houve quatro dias de protestos motivados pelo aumento da passagem na cidade, que passou a custar R$ 3,20. Um jornalista que cobria a ação foi preso por carregar vinagre, usado para aliviar os efeitos do gás lacrimogênio com os quais os policiais dispersavam a multidão. O episódio gerou novas ondas de protesto.
Ex-policiais militares ouvidos pelo G1 consideram que a corporação de São Paulo agiu corretamente e cumpriu o seu dever ao reprimir a passagem dos manifestantes pela Rua da Consolação, no Centro de São Paulo, na noite da última quinta-feira (13).
Fonte: O Globo on-line
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