terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Rolezinho, Segurança Pública e o Medo Burguês



Para um país convencionalmente “não racista”, a ideia do Rolezinho é um caso de segurança pública, de uma medida severa que o Estado tem que dar como resposta social a uma possível agressão ao patrimônio privado.

Porem, cotidianamente esta resposta é dada nos “rolezinhos” em todo país. Seja no toque de recolher da periferia, no qual a juventude principalmente negra e pobre deve explicações diversas para justificar a “autoridade policial” porque está andando na rua sozinho ou em grupo a noite.

Também percebemos esta resposta no dia a dia da execução das políticas públicas quando jovens negr@s devem explicações sociais porque tiveram direitos as cotas e até mesmo aos negros e negras que conquistam um padrão maior de consumo ou um acesso melhor ao mercado de trabalho.

O preconceito que está envolto seja pela ascensão via talento musical, ou pela qualidade nos esportes ou por ser um doutor em geografia como em vários discursos, Milton Santos tinha que responder aos reportes, como é ser um intelectual negro e não como é ser um intelectual.

O que está em jogo nos “rolezinhos” é uma negação do direito de ir e vir da juventude periférica, que com a melhoria econômica passou a poder ter poder aquisitivo e frequentar os mesmos lugares antes rodeados de pessoas brancas.

Fato é que sempre parece mais conveniente provocar uma discussão no âmbito da segurança pública sobre os “rolezinhos” do que discutir o racismo presente na sociedade que marginaliza o acesso de negr@s desde os shoppings as cadeiras da universidade.

A grande questão é o medo de uma sociedade fragilmente burguesa e racista em perceber que estamos em um país no qual eles não são mais os donos de escrav@s, de uma sociedade branca que se entristece nas redes sociais pela morte de Nelson Mandela porem aplaude a ação racista da polícia em dizer quem tem o direito de se organizar enquanto raça e classe.


Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais 



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Favela do Metrô Mangueira é ataca pela PMRJ - Não vai ter copa!



Se não bastasse as Balas de Borracha, as Bombas de gaz e efeito moral, agora a polícia do Rio de Janeiro para "limpar" o caminho até o Maracanã utiliza a repressão conjugada com armas calibre ponto 40.

No Sol do meio dia até a madrugada de ontem a Favela do Metrô Mangueira resistiu bravamente a ordem de desocupação emitida pela justiça estadual a pedido da prefeitura do Rio de Janeiro. Dezenas de famílias fizeram barricadas e entre violência e prisões conseguiram resistir até uma liminar ser expedida de direito de posse, sendo que estas famílias moram a mais de 30 anos no local e não receberiam nenhuma indenização ou acesso a programas de habitação.

Abaixo o link do álbum do camarada Francisco Chaves e o vídeo gravado pelo jornal: A Nova Democracia e a continuidade do grito da população em #NãoVaiTerCopa ... Rio de Janeiro #resiste 


Link e vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=R3DkSuRogF4 

Link do Álbum de fotografia:

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo