segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Temer fazendo "Globices" no NATAL!




Nos últimos 30 dias duas notícias complementares do modelo golpista de governar. Segundo o Portal Brasil a União irá garantir Conversor Digital gratuito as famílias mais pobres. 

No mesmo período sendo a Empresa Brasileira de Comunicação anuncia que o governo federal cancela 469 mil benefícios sociais e bloqueia 667 mil por motivo de corte de despesas colocando aos pobres a culpabilização de não terem comprovante de renda. 

Vale levar em consideração que o governo exige de trabalhadores informais (diaristas, catadores de materiais recicláveis, vendedores ambulantes e etc.) que deem nota fiscal para comprovarem o trabalho realizado.

Direito a política de transferência de renda não pode, mas ver televisão sim. Contradições vividas nos dias atuais no país em que a justiça não precisa de provas, mas de convicções.

Leonardo Koury, Especial para o Jornalistas Livres

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Falando sobre solidariedade a nós e aos povos do mundo




*Leonardo Koury

Na minha linha do tempo do Facebook, mensagens de luto e bandeiras da Alemanha nos perfis por conta do atentado ocorrido ontem. 

Mas também mensagem de final de ano em solidariedade às vítimas em uma tragédia particularmente anunciada pela Globo News e sem uma análise clara da conjuntura dos porquês.

Só observo os que se revoltam contra o Estado Islâmico, mas não falam nada sobre o Judiciário, o Congresso e sobre o Temer que pratica um desmonte aos direitos no nosso país. 

Ontem o direito à educação perde mais uma votação deixando este importante direito social ser obrigatório. Mas também tem #PEC55, a flexibilização do uso das Florestas permitindo uso agroindustrial em especial aos estrangeiros, tem a reforma da previdência e trabalhista na fila para ser votada e pela conjuntura se a escravidão entrar na pauta do congresso a lei áurea será revogada e sancionada em três sessões de 40 minutos à noite. 

Mas para as operadoras de telefonia pode dar isenções que chegarão à 87 bilhões, os aumentos do judiciário e ministério público representará mais de 40 bilhões aos cofres públicos. Aumentos de passagem para Janeiro por conta da crise, mas os vereadores aumentam em dezembro os próprios salários. Olhem a contradição. O vereador que acha justo aumentar o próprio salário é o mesmo que fica em silêncio sobre o aumento das passagens do transporte público. 

Plim Plim! Ano novo para os empresários e não para os trabalhadores. De volta ao debate classista? 

Sou solidário aos povos do mundo, sou a favor da vida e dos Direitos Humanos. Porém tenho lado e prefiro bater de frente contra a CIA no momento em que ela intervém na América Latina pós uma década de alguns bons avanços no campo social e diminuição da pobreza.

Neste momento devemos cuidar mais do Brasil antes que ele perca o S e ganhe um Z de Yankee. Para quem não sabe essa expressão remete ao imperialismo e uma dominação discreta que tem apoio daqueles que sentem saudade da submissão ao falido primeiro mundo.

Da luta não me retiro.


*Leonardo Koury | Escritor, Assistente Social e como Belchior apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Entenda a história por trás da música 'Conversa de botas batidas', do Los Hermanos


As mãos de Marcelo Camelo sempre escreveram grandes canções e 
'Conversa de botas batidas' é uma delas.


'Conversa de botas batidas' é uma das músicas mais conhecidas da #Banda carioca Los Hermanos. Ela está presente no terceiro álbum da banda intitulado 'Ventura', de 2003. Esse foi o primeiro trabalho de uma banda a ser disponibilizado - de maneira ilegal - na internet antes de seu lançamento oficial. O disco contém 15 faixas e foi considerado o melhor disco brasileiro de todos os tempos por meio de uma votação na internet.

Mas será que alguém já parou para pensar sobre o que a letra da canção fala? A canção não só é bela, como também é inspirada em uma história verdadeira.

História que deu origem à canção


Em 25 de setembro de 2002, um prédio no Rio de Janeiro desabou. Ao ouvirem os sons dos estalos, funcionários e hospedes saíram do prédio, e devido a isso evitaram muitas mortes. Quando o porteiro do prédio estava saindo, lembrou-se de um certo casal que ocupava um dos quartos. Ele disse que interfonou e chegou a bater na porta de onde o casal estava, mas como não houve resposta, desistiu e saiu.

Não se sabe se eles não quiseram abrir para fugir de um flagrante ou sabiam do real motivo e resolveram morrer juntos. Dias depois, foram encontrados dois corpos nus e abraçados nos escombros do que seria uma cama. Um dos corpos era de uma bancária, de 47 anos, e ele, professor, de 71 anos. Os dois viviam um romance secreto, por isso a família do professor não queria que fosse divulgado seu nome, a fim de preservar sua imagem.

O nome do hotel era Linda do Rosário. A estrela que é citada no final da #Música se refere a uma enorme estrela que existia no topo do prédio. “Uma divagação sobre uma situação real. Um senhor e uma senhora morreram num desabamento aqui no Rio, e eles eram amantes. A música é como se fosse uma conversa deles antes do prédio desabar.

Marcelo Camelo: "Conversa de Botas Batidas é um diálogo final de um casal cansado de fugir e se esconder, e a alternativa escolhida entre eles foi a de se amar até morrer para viverem juntos no céu".

Após ouvir essa história, a música fará muito mais sentido. Se a letra era uma incógnita, agora não é mais. 



Fonte: http://br.blastingnews.com/ 

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Conhecendo sobre você




Aula de gênero, sexualidade, expressão de gênero e sexo para quem NÃO sabe diferenciar.
Gênero: é construção social, como você se identifica perante a sociedade.
Orientação sexual (sexualidade): é de quem eu gosto, sentimentalmente falando.
Sexo: o sexo biológico que tenho.
Expressão de gênero: é como expresso minha feminilidade, masculinidade ou como não expresso.
Gênero não tem ligação direta com sexualidade, ou seja, se sou mulher não preciso necessariamente gostar de homem.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Provas e Convicções




Eu te quero todo dia
Está no meu coração,
Tu és minha utopia
Nos meus sonhos
Em questão.


Somos MPF e o Lula
Você não tem provas
E eu tenho a convicção.
Quero estar ao seu lado
E você as vezes
Não quer não.


Se fosse bandido
Iria agir calado
Imagine eu de ladrão.


Somos Romeu e Julieta
Vivo dizendo que te amo
Por horas e horas
E você ai no alto
Me vendo num saguão.


Me senti por baixo
Um cantor sertanejo
Tipo Luan Santana
Wesley Safadão.


A vida é como o amor
Não adianta 
Se não houver fatos
Precisa mais que opinião.

Leonardo Koury Martins

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Não vamos deixá-los dormir


Por Leonardo Koury 
Fotografia Maxwell Vilela

... falando sério!
Não devemos pagar esta conta. É importante reconhecer que os golpistas precisam mais do que um "fora", precisam ser entendidos como inimigos do povo brasileiro.
Será que alguém acredita que o que aconteceu foi apenas uma troca de posições no poder? No qual a ganância e o capital preferiram o outro lado?
Sugiro uma reflexão voltada ao materialismo histórico dialético, em que o estado democrático, mesmo dentro de uma estrutura burguesa, teve a necessidade de romper com a escolha popular para avançar na agenda liberal.
Essa agenda, que não é apenas brasileira, mas perpassa por toda América Latina, tem como alvo uma reforma nas condições de trabalho, na balança entre matéria prima e na economia flexível. Sem romper com um pequeno movimento feito na última década, na busca por amenizar a correlação de forças entre capital e trabalho e trazer para os pobres melhores condições de vida, o modelo de avanço liberal não seria possível.
Era preciso o Golpe ainda civil!
Falando de forma clara, o aumento dos lucros e a estabilidade do mercado dependem do fim do nosso 13° salário, de aposentadoria somente após os 70 anos, e da privatização nossos direitos sociais. Nessa conta entra nosso Pré-Sal, nosso minério e nossa mão de obra.
Não devemos pagar esta conta. É importante reconhecer que os golpistas precisam mais do que um "fora", precisam ser entendidos como inimigos do povo brasileiro.
Não merece paz quem traz o avanço da pobreza, a volta da fome, vira as costas aos camponeses, alimenta a violência urbana e o genocídio entre o povo. Não pode ser retalhado apenas com cartazes. Nosso grito deve ter o movimento necessário para nos mostrar fortes e determinados em derrubar os opressores dos espaços de poder.
É momento da militância de esquerda reafirmar junto às ruas que somos contra o Fascismo, o Sexismo, o Racismo e a tendências políticas que levam o povo brasileiro à alienação.
Só pode existir um novo dia se o nosso fora for tão grande a ponto de não deixar os golpistas e fascistas dormirem. Temer, Aécio, Cunha (que continua solto e atuando na cúpula do PMDB), Feliciano, Bolsonaro e outros nunca nos darão um amanhã melhor. Pelo contrário, eles e seus patrocinadores têm a tarefa de empobrecer a América Latina em troca do que é público e das riquezas minerais.
Termino com o conselho imortal de Marx e Engels: Proletários de todos os países, uni-vos. As ruas pertencem ao povo, todo poder emana de nós.
Leonardo Koury - Assistente Social e Professor.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Nada pessoal, apenas Negócios



O título desta crônica expressa o entendimento mercadológico do Congresso Nacional. Não que algum brasileiro consciente esperasse alguma posição diferente dos senadores, afinal é uma casa parlamentar que a maioria de seus pares estão envolvidos e até condenados por corrupção.

O recado dado ontem à Dilma Rousseff pelo Senado foi mercantil. ‘Absolvemos no julgamento, uma vez que não houve crime para retirar os direitos políticos da presidenta eleita, porém não deixaremos ela governar o país. Em miúdos, Dilma, tecnicamente, não cometeu crime de responsabilidade fiscal, mas nós golpistas queremos o cargo da presidência mesmo assim’. 

Vale lembrar aos Senadores que eles não devem satisfação apenas aos seus patrocinadores. O povo continuará indo às ruas, porque o preço da saída da Dilma é a oficialização da agenda neoliberal em curso.

As elites não irão descansar até sucatear nossos direitos e privatizar nosso patrimônio. O povo não irá sair das ruas enquanto não derrotar os golpistas e restabelecer a Democracia.

Não será a primeira vez neste país em que nosso barco luta contra o vento. Então avante, porque sempre fomos navegantes sem medo do mar, das ondas e das intempéries do capital.

Pátria Livre, venceremos! 

Leonardo Koury - Assistente Social, professor e inimigo declarado do Temer.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Um café e a conta




Por João Gabriel F. B. Prates*


Essa será a decisiva semana no processo de afastamento da Presidenta Dilma Rousseff. Conforme o calendário, os Senadores devem votar se destituem a Presidenta, num dos processos mais questionáveis da história política e jurídica do Brasil.

A narrativa do golpe não pode ser esquecida. Ou, como disse a atriz Sonia Braga, “nunca é suficiente repetir que é golpe”. Para além de toda a complexidade dos debates, gosto de simplificar a explicação, nos seguintes termos: num prato da balança, temos argumentos jurídicos altamente controversos, com dezenas de posicionamentos de especialistas, sem que, contudo se chegue a uma conclusão. 

De outro lado, temos a institucionalidade, a garantia constitucional do mandato eletivo, assegurado à Dilma por 54 milhões de brasileiros, que democraticamente elegeram-na.

Ainda, é de se lembrar que “questão econômica”, não configura justa causa para afastamento da(o) chefe do executivo. E aqui está o ponto.

O golpe não vem para punir as eventuais falhas cometidas. Ao contrário, o que está em jogo é um projeto de país que, ainda que timidamente, os Governos Lula e Dilma implantaram. Para não ficar em especulações teóricas, é bom que se aponte alguns fatos que marcaram esses meses do já temeroso governo Temer.

De início, toma-se todas as medidas para barrar a pluralidade na administração do país: Temer foi incapaz de nomear uma mulher e um(a) negro(a) para o primeiro escalão do seu governo. É um Ministério masculino, branco e homogêneo. Nada parecido com o Brasil.

No campos da educação, um verdadeiro caos, com cortes sistemáticos a benefícios estudantis e, a cereja do bolo, o alinhamento entre o Ministro da Educação e o expert em educação, o sr. Alexandre Frota (é, aquele mesmo da TV).

No Ministério da Justiça, mais insanidade: as olimpíadas serviram de palco para o que há de mais retrógrado em segurança pública, com prisões espetaculares e cerceamento de defesa dos acusados de “terrorismo”. O “ministro do facão” chegou ao cúmulo de dizer que o país não precisa de pesquisa, e sim de armas.

Na economia, a velha submissão ao capital estrangeiro e a estratégia de privatizar tudo, de preferência para empresas europeias ou estadunidense. Tudo sob a batuta do chanceler José Serra que, entre outras iniciativas, nomeou pro Itamaraty um militar envolvido no genocídio do Carandiru, na década de 1990.

Por fim, a notícia mais recente é que o governo suspendeu o programa nacional de alfabetização, o que dispensa maiores reflexões.

Enfim, esse golpe é por um país homogêneo, sem reflexão, sem pluralidade, truculento e analfabeto. Essa conta, amigo leitor, todos nós pagaremos. O problema é que para os pobres, os 10% sairão muito mais caros.



--
João Gabriel F. B. PratesBacharel e Mestrando em Direito pelas Faculdades Milton Campos (BH). Advogado

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Novo algoritmo do Facebook: Nada pessoal, apenas negócios




O empresário e programador norte-americano Mark Zuckerberg construiu uma das plataformas de redes mais completas e aceitas pela população mundial. O Facebook conseguiu conjugar família, interesses políticos, cultura, dentre outros temas, seja nos perfis, nas páginas ou nos grupos.

Em um discurso sobre meritocracia, o idealizador (ou não) colocou uma rede livre, em que os usuários pudessem interagir e visualizar os conteúdos mais importantes naquele momento, formando a chamada linha do tempo. Porém, essa linha do tempo se tornou um grande negócio.

Segundo especialistas, a proposta do novo algoritmo consiste em identificar os interesses particulares de cada pessoa. Os amigos e familiares priorizados no topo do feed serão aqueles com quem o usuário mais interage. A ideia é que todos os posts de contatos “importantes” não sejam perdidos enquanto você estava fora.

Porém, os conteúdos de página entram em sua “bolha” de forma integrada aos seus interesses caso sejam pagos.

Enfim. Ou você curte a página e passa a dar prioridade no acompanhamento daquelas informações, ou terá dificuldade para visualizar aqueles conteúdos.

Em poucas palavras, as empresas deixaram de financiar grandes websites e patrocínio de rádio e TV e perceberam que, com pouco dinheiro em relação ao que antes era gasto, atingiam mais pessoas com diagnóstico e orientação do conteúdo impulsionado. Nessa perspectiva, o Facebook, para lucrar mais hoje, obriga redes consolidadas a patrocinar seus conteúdos ou entrarão no ostracismo das “bolhas” estabelecidas.

Se era pela meritocracia, e se o Facebook quer se colocar como um grande negócio, então que deixe as empresas pagarem a conta e continue a valorizar os milhares de conteúdos livres que construíram suas redes de forma orgânica, por meio de bons textos, vídeos e fotos.

Caso contrário, novas plataformas virão.
Dúvida? Não precisamos te contar a história do Orkut.


Leonardo Koury - Escritor, Assistente Social e militante dos Movimentos Sociais

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Diga NÃO a escola sem partido




O portal do Senado Federal abriu uma enquete sobre o Projeto "Escola Sem Partido" - que, se aprovado, representará um retrocesso sem precedentes na qualidade da Educação Pública em nosso país.

Diante disso convocamos todos e todas a votar CONTRA esse projeto, o que pode ser feito clicando http://migre.me/unxJA

Sobre a enquete:

A enquete consulta os internautas acerca do PLS 193/2016, de autoria do Senador Magno Malta (PR/ES), que visa incluir nas diretrizes e bases da educação o absurdo texto do "Escola Sem Partido".
Para votar, o usuário precisa se identificar com um login, que pode ser feito a partir de um endereço de e-mail ou de contas do Facebook e/ou do Google.

Mas, apesar da necessidade de cadastro prévio, a votação é rápida e bem fácil de ser feita: não deixe de votar e registrar o seu "NÃO" ao PL do "Escola Sem Partido"!

‪#‎PLdaMordaça‬ Fonte: Página do MST

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Quem ocupa o Direito?



Por João Gabriel Prates*


O Brasil vive um momento ímpar em sua história: de investigações e prisões por corrupção às ocupações de prédios públicos, muitos setores da sociedade gritam que não mais passarão imunes ao que ocorre na esfera política. Os estudantes ocupam escolas em nome de melhor educação, os artistas ocupam fundações de arte contra retrocessos do Governo Temer, jovens ocupam espaços em nome de mais oportunidade de vida. E o Direito? Quem o ocupa?

Esse fim de semana vivi uma experiência incrível: participei, como ouvinte, de uma aula ao ar livre, com alunos do programa de mestrado e doutorado em Direito do Trabalho, pela PUC-Minas. Sob a batuta do inigualável Prof. Dr. Márcio Túlio Viana, visitamos algumas ocupações na cidade de Belo Horizonte. Fomos à OcupaSUS, movimento de resistência ao desmonte do sistema de saúde e conhecemos a Ocupação Mata Machado, na Faculdade de Direito da UFMG.

A pergunta que não cala e que motiva nossos estudos e lutas é exatamente essa: quem ocupa o Direito? 

A inquietação veio após a explanação da Dra. Isabela Corby, advogada popular do Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular, que presta consultaria a diversos movimentos populares na capital. Com muita propriedade, a jurista apresentou as diversas batalhas judicias travadas pelos movimentos, em defesa da população em situação de rua, da luta feminista, pelo direito à ser humano, digna e plenamente.

Contra a atuação de muitos organismos da justiça, que servem aos interesses do status quo, a criatividade dos juristas é posta à prova a todo momento. Um episódio famoso foi o uso “preventivo” da Lei Maria da Penha, com o objetivo de barrar a criação de um aplicativo nas redes sociais, que denegria a imagem das mulheres, reforçando a reprovável cultura do estupro.

Ou seja, os atores “do Direito” passaram a se armar para viabilizar, na seara judicial, as conquistas das lutas sociais. Contra a força dos interesses econômicos, que mercantiliza vidas, categoriza seres humanos e define onde e quem pode viver na cidade, a força deste grupo de advogados emerge como uma trincheira insuperável.

Mas ainda há muito caminho pela frente, tendo em conta que muitos “operadores do direito” se recusam a reconhecer certos direitos, valendo-se de subterfúgios vários – que o Direito permite, fique claro – a fim da manutenção da ordem como sempre foi.

Saí motivado, vendo que o povo, aos poucos, passa a ocupar o Direito.


*Bacharel e Mestrando em Direito pelas Faculdades Milton Campos. Advogado.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dilma não errou, foi honesta




Por Leonardo Koury Martins, 
especial para os Jornalistas Livres


De acordo com os golpistas, em seus telefones grampeados, Dilma tinha que sair. É unanimidade entre Senadores, Deputados e donos de empreiteiras, que a presença da presidenta como chefe de estado não contribuía para o que eles entendem como política: Dilma não parou a operação lava-jato; Dilma não fechava acordo; Dilma não aceitava entrar em esquemas; Dilma não era de confiança dos políticos corruptos. Entre as falas, Dilma era honesta demais.

Dilma teve o impedimento do seu mandato porque moldou um governo buscando driblar chantagens dos parlamentares, deu autonomia investigativa à polícia federal e não utilizou do dinheiro público para benefício pessoal. O filósofo Platão dedicou suas últimas décadas a construir o conhecimento primário sobre a Política e as intenções dela aos republicanos. 

Aristóteles, seu discípulo, fez críticas à filosofia dele e dizia que ética e política não se relacionam. Partindo deste entendimento da filosofia grega e aos olhos dos golpistas, o impedimento de Dilma era não só correto, como necessário, pois ela era ética.

Uma vez que ela, enquanto chefe de estado, buscou a ética, quebrou um laço histórico de fazer política no Brasil, com jeitinhos e acertos internos contrários à vontade do povo. A saída da Dilma é o “status quo” de uma turma que tem o sobrenome corrupção: governam a sexta maior economia do mundo com práticas de privatizar bens públicos e destruir direitos conquistados com muito sacrifício por toda classe trabalhadora.

Que tenhamos mais Dilma, que possamos ter mulheres, sim, na política! E não somente homens brancos e ricos, como agora. Por mais honestidade e por princípios que não sejam individuais mas sim coletivos.


Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social e militante dos movimentos sociais

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Carta de Belo Horizonte #5BlogProg


Foto: Eder Bronson 


A Carta de Belo Horizonte foi votada e aprovada no último dia do 5o Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais, 22/05, realizado em Belo Horizonte. Leia o documento na íntegra.

== CARTA DE BELO HORIZONTE ==

Nós, blogueir@s e ativist@s digitais, reunidos em Belo Horizonte, de 20 a 22 de maio de 2016, manifestamos nosso repúdio ao governo ilegítimo que se instalou no Brasil no último dia 12.

Sem crime de responsabilidade definido, conduzido pelo corrupto Eduardo Cunha e sob a chancela de um STF acovardado, esse impeachment é manifestação clara de nova modalidade de golpe já executada em Honduras e no Paraguai.

Não por acaso, a velha mídia cumpriu papel central na escalada que levou Temer e tucanos ao poder - sem passar pelas urnas.
 A Globo, a Veja e seus sócios menores no oligopólio midiático deram cobertura a ações ilegais do juiz Sergio Moro que foram fundamentais para a condução do golpe. A Globo e seus sócios menores ajudaram a arregimentar multidões que, em nome do combate à corrupção, saíram às ruas para pedir a derrubada de um governo eleito por 54 milhões de votos.

Chama atenção que os principais jornais do mundo - mesmo aqueles de linha conservadora - tenham noticiado o óbvio: o que se passa no Brasil é um golpe. Chama atenção também que os jornais, rádios e TVs do Brasil se desesperem quando mostramos o óbvio na internet: o governo Temer é ilegítimo e fruto de um golpe.

Desde nosso primeiro encontro de blogueir@s, em 2010, temos reforçado a necessidade de enfrentar o oligopólio midiático que - sob comando da família Marinho - ameaça a Democracia brasileira.

Foi o movimento de blogueir@s e ativist@s digitais que consolidou a ideia de que a velha mídia no Brasil cumpre o papel de PIG (Partido da Imprensa Golpista). Os governos Lula e Dilma, infelizmente, subestimaram a ameaça dessa máquina midiática a serviço do conservadorismo.

Nós, ativist@s digitais e blogueir@s, reafirmamos que estamos diante de um golpe parlamentar, com forte apoio jurídico-midiático, e que tem como objetivos: tirar direitos trabalhistas, reduzir os programas sociais, esmagar os movimentos sociais e sindicatos, atacar a liberdade da internet e a comunicação pública, além de destruir e entregar as principais empresas estatais brasileiras e especialmente os recursos do Pré-Sal, recolocando o Brasil na órbita dos Estados Unidos.

É um golpe conduzido por corruptos que nem disfarçam seu viés conservador, ao formar um ministério interino em que não há nenhuma mulher, nenhum negro, nenhum representante do povo trabalhador.

Diante dessa ameaça à Democracia, aos direitos sociais e que põe em xeque até mesmo a idéia de um Estado Nacional autônomo, consideramos que são ações prioritárias no próximo período:

a) combater nas ruas e nas redes o governo ilegítimo; não reconhecemos Michel Temer como presidente do Brasil; ele é um traidor e um golpista a serviço das elites, nada mais e nada menos que isso;

b) apoiar as ações que permitam o retorno ao cargo de Dilma Rousseff, a única presidenta legítima do Brasil;

c) manifestar nosso repúdio à intervenção ilegal dos golpistas na EBC (Empresa Brasil de Comunicação), exigindo o cumprimento integral das regras que levaram à criação dessa instituição que (apesar de suas limitações) é símbolo de construção democrática na comunicação;

d) denunciar o ataque à Cultura e aos direitos sociais, apoiando as ocupações das sedes do IPHAN e da FUNARTE e participando da resistência contra o governo golpista;

e) denunciar o caráter machista e preconceituoso de um governo ilegítimo que expulsa as mulheres do centro do poder, tratando-as como “segundo escalão” da sociedade;

f) apoiar todas as ações nas redes que permitam furar o bloqueio midiático, dando ampla cobertura às manifestações contra o governo golpista;

g) denunciar a onda de perseguições aos blogueir@s e ativistas digit@is; deixamos claro que um dos objetivos do governo ilegítimo é priorizar a comunicação chapa-branca, favorecendo a Globo na distribuição das verbas públicas e usando dinheiro do contribuinte para salvar organizações moribundas como a editora Abril e o ex-Estadão;

h) fortalecer o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), participando e ajudando a dar visibilidade às lutas desenvolvidas pelo Fórum; apoiar e participar, nos estados, dos comitês locais do FNDC, integrando assim a blogosfera e o ativismo digital às ações concretas de luta por mais diversidade e pluralidade na mídia;

i) denunciar ao mundo, através de textos traduzidos em vários idiomas, o caráter corrupto do governo Temer, que tem ao menos 7 ministros investigados pela Justiça e nomeou vários aliados de Cunha para postos chaves;

j) mostrar que mulheres, jovens negros, trabalhadores que lutam pela Reforma Agrária e povos indígenas são as vítimas mais imediatas da escalada autoritária;

k) lutar contra o desmanche dos programas sociais - indicando que o governo ilegítimo significa ameaça frontal ao Bolsa-Família, ao Minha Casa Minha Vida e a programas públicos de Educação e Saúde, tendo como centro a ideia de privatizar universidades e reduzir o papel do SUS;

l) resistir ao desmonte da Previdência Social, à terceirização e às mudanças nas leis trabalhistas já anunciadas pelo governo golpista;

m) denunciar as intenções autoritárias do novo Ministro da Justiça, um homem que transformou a PM de São Paulo em polícia política;

n) denunciar a presença, no STF e no TSE, de juízes que atuam como militantes partidários, apontando a ação nefasta de Gilmar Mendes;

o) lutar pela universalização do acesso à internet, e combater i) o desmonte da Lei Geral de Telecomunicações (LGT), ii) os ataques ao Marco Civil da Internet, iii) os projetos aprovados na CPI dos Crimes Cibernéticos, iiii) e a imposição de limites à franquia dados;

p) denunciar ao mundo que as famílias que controlam jornais, TVs, rádios e portais no Brasil são beneficiárias de contas suspeitas em paraísos fiscais, conforme apontado nas investigações do “Swissleaks” e do “PanamaPapers”; são parte do sistema corrupto de poder que tenta se perpetuar sob a presidência de Temer;

q) somar esforços com movimentos de ativistas digitais na América Latina, para denunciar que o golpe no Brasil é parte de uma estratégia de recolonização de nosso continente; a maior prova disso é a nomeação de José Serra, conspirador parceiro da Chevron, para chefiar o Itamaraty; é preciso deixar claro que o golpe faz parte, também, de uma estratégia para desestabilizar os BRICS, que movimentam 46% da economia mundial;

r) lutar contra as tentativas de entregar o Pré-Sal às multinacionais do petróleo e denunciar as negociatas privatistas de Temer, Serra e Moreira Franco;

s) apoiar os esforços da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo, com vistas a mobilizar os trabalhadores na nova fase de enfrentamentos que se abre.

Não daremos trégua à Globo, a Temer, aos traidores que se dizem sindicalistas, nem aos tucanos e empresários da FIESP - que agiram como patos a serviço do golpismo.

Resistiremos nas ruas e nas redes!

Viva a Democracia!

Ditadura nunca mais!

‪#‎5blogprog‬

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Bolsonaro é assassino sim



A intolerância e a cultura do desamor é uma prática cada dia mais presente na sociedade. Políticos brasileiros ganham as eleições pregando ações que visam criminalizar os pobres, homossexuais, negras e negros e mulheres.

Não podemos fingir que este problema não é de todo povo brasileiro, em especial, os que serão excluídos por este processo de identidade dos valores morais hegemônicos. A ética a cada dia se afasta do entendimento coletivo quando a televisão e jornais referenciam tais atos excludentes e criminosos.

Pessoas como Jair Bolsonaro não deveriam conviver na sociedade. Quando pensar que num presídio a uma maioria é de jovens, negros e pobres reflita se de fato os criminosos pagam pelos seus erros.

Assassino‬ sim. sim. sim.




Leonardo Koury - Escritor, Assistente Social e militante dos movimentos sociais

segunda-feira, 18 de abril de 2016

A luta é o que muda




O dia de hoje estará amanhã descrito nos livros de história. Como bom educador aprendi a contar na sala de aula que índios e negros sofreram a escravidão dos brancos, plebeus massacrados por reis, trabalhadores gerando lucro para burgueses e quem sofre todo processo golpista é o povo.

A luta é o que muda! Deputados votam por seus bens e família, não serão das panelas batendo, dos noticiários da Globo  ou das camisas da seleção a saída do problema que afeta todos nós: a corrupção.

Mas não vamos perder a esperança. Lenin de forma poética disse que nas noites mais escuras, se mostram mais brilhantes as estrelas. Se é a luta que promove mudanças não deixaremos as ruas se esvaziar. O rio e o mar depende do encontro para juntos seguirem. Este encontro é tortuoso, mas é necessário para simbolizar a liberdade.

Avante, pois só mudaremos com luta e força. Devemos bombear todo o sangue para causar batidas de esperança e amor em nossos corações.


Leonardo Koury - Escritor, Assistente Social e militante dos Movimentos Sociais 



quinta-feira, 14 de abril de 2016

Blogueiras e blogueiros chamam encontro nacional




Ocorrerá no mês de maio (dias 20 a 22) o 5º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais. A proposta é reunir blogueiros, jornalistas, ativistas digitais de todo país em Belo Horizonte para discutir o cenário atual da comunicação e as estratégias de um diálogo com a população brasileira.

O país conta com uma infinidade de militantes ativos em redes sociais. Nos últimos anos estes ativistas fizeram contraponto as mentiras divulgadas por grandes veículos privados de comunicação. Blogs, plataformas como o medium, facebook e outras redes contribuem para trazer os diversos olhares sobre a conjuntura local e geral.

A juventude através de coletivos de jornalistas livres, assembleias digitais e coberturas colaborativas colocam a necessidade de mais investimentos no seguimento para cada vez mais trazer um entendimento de democracia e garantia do direito a comunicação no país.

Segundo a ONU, o direito humano a comunicação é um dos pilares centrais de uma sociedade democrática. Assumir a comunicação como um direito humano significa reconhecer que todas e todos tem direito a voz e podem expressar o seu olhar sobre a realidade. Saiba mais sobre o encontro no site dos blogueiros progressistas: http://blogprog.com.br/ 

Uni-vos por mais justiça, direitos e liberdade, mas não devemos perder de vista que só uma nova ordem societária poderá romper com toda opressão sofrida pela classe trabalhadora.



Blog: Teoria Versus Prática

sábado, 2 de abril de 2016

Que seria deste mundo sem militantes?

Por: Pepe Mujica



Como seria a condição humana se não houvesse militantes?
Não porque os militantes sejam perfeitos, porque tenham sempre a razão, porque sejam super-homens e não se equivoquem. Não é isso.

É que os militantes não vem para buscar o seu, vem entregar a alma por um punhado de sonhos.
Ao fim e ao cabo, o progresso da condição humana depende fundamentalmente de que exista gente que se sinta feliz em gastar sua vida a serviço do progresso humano.
Ser militante não é carregar uma cruz de sacrifício.
É viver a glória interior de lutar pela liberdade em seu sentido transcendente”







sexta-feira, 18 de março de 2016

18 é dia. Na defesa da Democracia!





Viver a história, fazer a história. Reflexões trazidas ao povo brasileiro em sua trajetória, do primeiro dia dos portugueses e a resistência indígena, na luta contra a escravidão, do surgimento da república, na democracia, na luta contra a ditadura, na construção da constituição de 88 e no atual risco de perca do direito democrático.

No dia 18 de março milhares de brasileiras e brasileiros sairão as ruas para dizer que uma nova cultura política se faz com democracia, participação e contra qualquer ameaça de ruptura do desejo popular. Se a constituição descreve: todo poder emana do povo, os movimentos sociais convidam a juventude, mulheres e outros seguimentos sociais a somarem a este dia.

Segue abaixo os locais de concentração de todo Brasil.





Acompanhe também o minuto a minuto no site da Frente Brasil Popular: 
http://frentebrasilpopular.com.br/noticias/minuto-a-minuto-18-03-nas-ruas-contra-o-golpe-em-defesa-da-democracia-f321/

Hastag popular:
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segunda-feira, 7 de março de 2016

O poder muda a pessoa



O poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas. (R. Kurz)

O psicanalista J. Lacan,observou que a partir do momento em que alguém se vê "rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao poder, altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "governados", os "comandados", os "coordenados", enfim, os demais.

Estar no poder, diz Lacan, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo". Pelo simples fato de agora ser "rei", tudo deverá girar em função do que representa a realeza. Também os "comandados" são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o "rei do pedaço".

La Boétie parecia indignado em perceber o quanto o lugar simbólico de poder faz o populacho se oferecer a uma certa "servidão voluntária". Bourdieu chama-nos atenção para a força que o símbolo exerce sobre os indivíduos e grupos. Antes de ocupá-lo, o poder atrai e fascina; depois de ocupado tende a colar a alguns como se lhes fossem eterno. Aí está a diferença entre um Fidel Castro e um Nelson Mandela. O primeiro e a maioria dos ditadores pretendem se eternizar no poder, o segundo, mais sábio, toma-o como transitório, evitando ser possuído pelo próprio. ("Possuído", sim, pois o poder tem algo de diabólico, que tenta, que corrompe, etc).

Uma vez no poder, o sujeito precisará de personas (máscaras) e molduras de sobrevivência. A persona serve para enganar a si e aos outros. A moldura, é algo necessário para delimitar simbolicamente a ação dele enquanto representante do poder. A ausência de moldura ou o seu mau uso fará irromper a força pulsional do sujeito que anseia por mais e mais poder, podendo vir a se tornar uma patologia psíquica. A história coleciona exemplos: Hitler, Stalin, Mobutu, Collor de Melo, Pol Pot, Idi Amim, etc.

No filme As loucuras do rei George III, da Inglaterra, somos levados a perceber duas coisas:  o quanto que as pessoas recusavam a idéia de um rei que perdeu a razão em função de uma doença e, que fazer para impedir alguém que representa o poder máximo de uma nação, devido a suas loucuras?  

O poder faz fronteira com a loucura. Não é sem motivo que muitos loucos se julgam Napoleão ou o Rei Luis XV. Parece que há algo de "loucura narcísica" nas pessoas que anseiam chegar ao poder político (governante de uma cidade, estado ou país, ministro, membro do secretariado local), ou ao poder de uma instituição, empresa, departamento, pequeno setor de uma organização qualquer ou grupo qualquer. O narcisismo de quem ocupa o poder, revela-se na auto-admiração (o amor a si e aos seus feitos), na recusa em aceitar o que vem dos outros e no gozo que ele extrai do poder, que, levado ao extremo poderia revelar loucura. R. Kurz, é direto ao declarar que "o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas".
O sociólogo M. Tragtenberg certa vez observou como muitos intelectuais discursam uma preocupação pelo "social", mas estão  mesmo preocupados com a sua "razão do poder". Há uma espécie de "gozo louco" pelo poder, que faz subir a cabeça dos que estão jogando para ganhá-lo um dia.
Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder. Os cargos executivos (presidente, governador, prefeito, diretor, reitor, etc), tem uma fôrma própria, um lugar que marca uma certa diferença em quem a ocupa em relação aos cargos de segundo escalão (ministros, secretários disso e daquilo, chefes de gabinetes, assessores, etc). As "pequenas autoridades" dos escalões inferiores - mas com algum poder -  costumam ter atitudes mais protofascistas que as grandes. São mais propensas a "vender sua alma ao diabo" que as grandes para estar no poder.

O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, de quem me inspirei para continuar seu artigo, levanta os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com  as pessoas que chegam ao poder:

1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em  trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marketeiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.
2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.
3) altera o tratamento com o outro, que torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".
4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram  chegar ao poder, transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação  com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.
5) Resistência em fazer auto-crítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade". Por falta de referencial e por excesso de idealismo, é freqüente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".

Os sujeitos quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de auto-engano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o Bem contra o Mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Se entrincheirarem no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".

Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.



Raymundo de Lima -  Psicanalista e professor da UEM

domingo, 28 de fevereiro de 2016

Lei antiterrorismo é uma afronta ao povo






Crônica, piada e comédia. Acreditar que na atual conjuntura, na qual, se precisa ainda mais dos movimentos sociais e do povo nas ruas para defender o projeto democrático popular da última década, nos deparamos com o nome de terrorista.

É esta expressão disposta no projeto de lei 499/13, conhecido como Lei Antiterrorista. O projeto estabelece pena de reclusão de 15 a 30 anos as pessoas identificadas e também a lideranças e movimentos que organizam manifestações que desacatem a ordem e ponham em risco a segurança pública e a soberania nacional.

O que é ser terrorista segundo a lei? Subir em um carro de som e dizer que todo poder emana do povo é ser terrorista? Isso poderá ter duas interpretações legais: a de que descreve o paragrafo único do artigo primeiro da constituição ou então, a de que está se organizando movimentações contra uma parte da população dona dos meios de comunicação e empresas privadas.

A linha é tênue entre o certo e o errado, o correto e o não correto. Em tempos de risco a democracia, ser confundido com um ou uma terrorista pode manter uma falsa soberania que garante apenas o poder aos poderosos e não do povo.

Se você leitor e acredita que a rua é para ser ocupada, diga não a esta estrada que restringe a liberdade. Hoje este texto fantasia o futuro que pode ser no amanhã uma interpretação da sua atitude e da verdade interpretada pelo judiciário. 

E por falar em direitos previstos na constituição, a liberdade de expressão, como ficará? Depende da luta para garantir a diversidade na forma de lutar! Diga não, antiterrorismo não.


Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social e militante FNDC e dos Movimentos Sociais 







terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

McDonald's e a podridão da industria alimentar



Após o chefe de cozinha e ativista Jamie Oliver descobrir – e divulgar em seu programa de TV – que a rede McDonald’s utiliza hidróxido de amônio para converter sobras de carne gordurosas em recheio para seus hambúrgueres nos Estados Unidos, a marca anunciou que mudará a receita, segundo informações do jornal Mail Online. “Estamos comendo um produto que deveria ser vendido como a carne mais barata para cachorros e, após esse processo, dão o produto para humanos”, disse Oliver.

“Por que qualquer ser humano sensato colocaria carne com amônio na boca de suas crianças?”, questiona.

O processo de conversão da carne é feito por uma empresa chamada Beef Products Inc (BPI), segundo o jornal. O veículo afirma ainda que esse processo nunca foi utilizado no Reino Unido, nem na Irlanda – que utilizam a carne de produtores locais. O McDonald’s negou que tenha sito forçado a trocar sua receita por causa da campanha de Oliver. O jornal diz ainda que outras duas redes de comida rápida, Burguer King e Taco Bell, já tinham sido pressionadas e removeram o hidróxido de amônio de suas receitas.

Na América Latina, a Arcos Dorados, empresa que opera a marca em toda a região, informa que “o aditivo em questão não é e nunca foi utilizado como ingrediente em qualquer processo da cadeia produtiva da marca”. A companhia acrescenta que os hambúrgueres são preparados com 100% de carne bovina e que toda a produção é validada pelas autoridades regulatórias locais.


SIGNIFICADO DE HIDRÓXIDO DE AMÔNIO

O hidróxido de amônio, de fórmula química NH4OH é uma base solúvel e fraca, só existe em solução aquosa quando faz-se o borbulhamento de amônia (NH3) em água.

Hidróxido de Amônio não é considerado cancerígeno pela OSHA. Resumo de riscos: Nocivo quando ingerido, inalado e absorvido pela pele. Extremamente irritante para mucosas, sistema respiratório superior, olhos e pele.

Efeitos agudos: A inalação pode causar dificuldades na vítima como consequência: espasmos, inflamação e edema de garganta, pneumonia química e edema pulmonar.

Efeitos crônicos: A exposição repetida ao produto pode causar tosse, respiração ruidosa e ofegante, laringite, dor de cabeça, náusea, vômito e dor abdominal.



Fonte:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2012/08/jamie-oliver-denuncia-mcdonalds.html

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A mídia, a política e o PT



Por: Leonardo Koury Martins

Aquela conversa mineiramente “ajuntada” de uma cerveja tomada no final de um dia de trabalho, as vezes se torna a mais lúcida reflexão. Trata dos temas: mídia, política e o Partido dos Trabalhadores.

Sem dúvida ao dizer sobre o olhar da mídia no quesito conjuntura política, seu ódio a classe trabalhadora e suas conquistas na última década é tamanho que o foco não poderia ser outro do que desconstruir a imagem do PT.

Poderia aqui escrever inúmeras realizações, porem a mais consistente e mais destruída pela grande mídia brasileira seria o combate a corrupção.

Nos últimos treze anos, diversas operações foram realizadas pela polícia federal, além de uma grande movimentação do judiciário e ministério público. O resultado deste esforço de se combater a corrupção no Brasil traz números de centenas de servidores públicos afastados todos os anos em todas as esferas e poderes, além de empresas e seus responsáveis presos e um maior controle sobre gastos públicos.

Na visão midiática, o Brasil nestes últimos anos não enfrentou um problema que estava escondido debaixo dos tapetes dos governos e sociedade, mas sim criou esquemas criminosos para que o alvo fosse o PT, porem o efeito caiu por toda política.

Uma geração de brasileiras e brasileiros com descrença em práticas coletivas, acreditando apenas na salva guarda personalista de messias e salvadores. Uma política frágil no âmbito institucional e que não prejudica apenas a imagem do PT, mas de todas a organizações sociais presentes nas mudanças do povo.

A imprensa quis envenenar o PT para a sociedade, porem envenenou a sociedade a prática política, a acreditar que a participação muda as estruturas sociais, econômicas e culturais. Este estrago é incalculável e deve ser creditado todo como ônus ao país pela imprensa brasileira.

Ao se tratar de mídia, política e ao PT, acredito bem no ditado popular, reformado a atual realidade: política em tempos de que a direita controla a mídia, sim, se discute.


Leonardo Koury – Escritor, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais

domingo, 24 de janeiro de 2016

Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais



Na atual conjuntura política nacional, internacional e estaduais que estamos vivendo, a comunicação e o ativismo em rede é uma importante ferramenta para contrapormos a manipulação orquestrada pela grande imprensa. A  democratização da mídia  está no centro da agenda política brasileira e em outros países da América Latina, como no caso da Argentina.

O sistema de comunicação vigente no Brasil não garante à todos nós o exercício da liberdade de expressão e nem propicia um ambiente plural ao debate público. Nossa democracia está em risco. Precisamos fortalecer nossas lutas para garantir que a posicionamentos retrógrados não mais assumam espaços de poder em nosso País.

É com base no fortalecimento, empoderamento e na proliferação das mídias alternativas e de blogueiros e ativistas progressistas, que o Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitas precisa da colaboração dos ativistas da comunicação popular.

O V Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais será entre os dias 20 a 22 de maio de 2016, em Belo Horizonte , Minas Gerais.

Pretendemos reunir mais de 1.000 (um mil) Blogueiros e Ativistas Digitais de todo o Brasil. Estão previstas caravanas de Estados próximos a Minas Gerais como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal e de outros mais distantes como Paraná e Santa Catarina.



Fonte: Comissão Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo