quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Crise na economia


Este mundo perdido na economia da vida, na economia das bolsas, na economia para evitar o “apagão”, Na economia de política social nos municípios, afinal, eles já tem demais...

Nestes últimos dias, estamos diariamente vendo, até mais do que as novelas da mídia televisiva escravista, a crise estadunidense. Estamos todos vendo, uns com pipocas curtindo um bom filme de terror “holiudiano”, as casas compradas à prestação acabam de afogar milhares de norte americanos nas dividas de mercado.

E eu pensando que era apenas no Brasil que os bancos tinham seus dias de fúria, mas como citava Marx: o capital não tem pátria, tem lucro, no seu celebre O Capital.

O triste desta história é de ver que a economia parece mais uma criança com necessidades especiais, pois ela é muito mais noticiada do que qualquer vida, ou melhor, ela tem vida. Como se diz, A economia esta nervosa, a economia esfriou, a economia está com sérios problemas, à economia está em alta, está em crise (sentimental?).

Só não vejo a economia com frio, com sede e com fome, nem tomando bala perdida nas perdidas noites cariocas.
Leonardo Koury Martins

domingo, 27 de janeiro de 2008

O Brasil, a ONU e o Haiti.

Será que para entrar no conselho de segurança da Organização das Nações Unidas - ONU, nos brasileiros temos que nos render a tropas de “paz” no pequeno e conflituoso país chamado Haiti.

Mesmo não tendo uma linha direta que ligue os interesses estadunidenses e os interesses brasileiros, é sempre bom lembrar na nossa postura enquanto presente e futura liderança na América Latina, coisa que depende de uma política social sólida e uma relação fraterna com os nossos demais vizinhos de continentes, se tratando da América Latina abranger América do Sul, América Central e o México. Podemos com este levante diplomático ser mais do que uma liderança latino-americana, até mesmo sermos liderança para países africanos e de todos estes subdesenvolvidos no olhar do capitalismo.

Mas o gasto político das tropas brasileiras no Haiti lembra-se muito aos gastos de invasão do Iraque, apenas um simples interesse, no caso norte americano o petróleo e no caso brasileiro uma mera vaga no conselho de segurança da ONU.

O que se discute aqui não são basicamente os motivos, mas se discute o porque da intervenção de um país desestruturado socialmente como o Brasil e da fraca ONU qual depois de deixar indiretamente os estadunidenses invadirem Iraque e Afeganistão calçados em mentiras. O Brasil não é exemplo como tropa de paz, quando ainda não consolidamos as políticas democráticas tendo em vista que não está absolutamente democratizado no Brasil três refeições por dia, saneamento básico e até mesmo a escolaridade a todos os brasileiros.

Uma vaga em um conselho que não teve moral para barrar os estadunidenses da invasão de dois países em menos de dez anos não vale o sacrifício de intervir militarmente em um país que tem o direito de buscar o seu próprio caminho.
Ainda vou escutar do povo cantando: "Fora já, fora já daqui, Bushi do Iraque e o Brasil do Haiti."

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Carnaval na Bahia

Que a Bahia é um lugar maravilhoso, com belas praias e historicamente conservada como exemplo o Pelourinho isso ninguém discorda.

Estamos a poucos dias do Carnaval, daí vem o dilema. Bahia será o melhor lugar para passar o carnaval? Acredito que sim, mas antes, venho trazer algumas recomendações. Se for negro, tome cuidado com o tratamento que a polícia militar pode te dar. Se for morador, fique em casa e nem pense em sair para ver o verdadeiro "navio negreiro baiano".

Alguns músicos negros que conseguiram a fama não aceitam tocar no Carnaval da Bahia enquanto os corredores forem para os ricos e os pobres, os moradores de maioria negros serem jogados para o outro lado do Carnaval, um lado que não reflete alegria e sim desigualdade social.

Gosto de Carlinhos Brown e quando ele disse em entrevista a alguns anos no antigo Programa Livre do SBT: para que tocar no Carnaval da Bahia, se não posso tocar para a população da cidade, esta que trabalha o ano inteiro e não pode pular feliz por estarem do lado do cordão, o lado mais cruel, o lado da exclusão.

Bom, não precisa mais nada depois destas palavras:
clique aqui e veja um vídeo sobre o Carnaval da Bahia, o lado que a imprensa não mostra.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Histórico da FARC-EP, o novo alvo da mídia

*Foto de militantes da FARC-EP tendo aula sobre Simón Bolivar



Desde 1964, no momento em que o país se preparava para o golpe militar, surge em território colombiano entre nativos um sentimento comunista qual cria a atualmente conhecida como força “narcoterrorista”, pelo menos é o que mostra a tríplice aliança brasileira (direita, mídia e empresariado) unidos em um projeto pessoal e não para toda nação.

Pergunto-me, estes mesmos que chamam as FARC-EP (Forças Armadas Revolucionarias da Colômbia – Exército do Povo), qual o interesse de culpar estes revolucionários por toda cocaína plantada na Colômbia?

Será que esquecemos que até mesmo o café nacional colombiano, o de melhor qualidade do mundo se sustentou escuramente com o dinheiro do mercado da cocaína, que até mesmo o presidente da Colômbia Álvaro Uribe vem sendo acusado de envolvimento com outros cartéis que comercializam e exportam a pasta de coca.

O problema do narcotráfico colombiano vai além da relação comercial ou de quem se sustenta por ele, vem desde os índios que mascavam a planta da coca até a vontade de meados da década de sessenta de fazer da cocaína um produto interno bruto do país.

Fazer da FARC-EP um alvo terrorista ou melhor, como denomina a imprensa “narcoterrorista” é não levar em consideração estes aspectos geográficos e sociais que afetam a Colômbia desde sua colonização, onde os espanhóis e seus futuros descendentes tiveram mais privilégios do estado colombiano do que os seus habitantes nativos servos de tamanha brutalidade e genocídio, típica da colonização espanhola na América do Sul.

Enfim, aqueles que chamam a FARC-EP de facção “narcoterrorista” esquece que na ditadura militar no Brasil, políticos como o Deputado Federal Fernando Gabeira seqüestrou um embaixador americano, que a Ministra da Casa Civil Dilma Rousseff utilizou ações clandestinas para lutar pela liberdade de imprensa, de expressão e de até mesmo intrometer nos problemas do nosso vizinho de fronteira.

O alvo da mídia, o presidente democraticamente eleito na Venezuela Hugo Chaves deixou ficou no esquecimento depois de mostrar uma ação democrática ainda não vista no Brasil que é um plebiscito para aprovar a nova constituição, até mesmo o presidente Evo Morales não é mais alvo depois de mostrar um avanço educacional em seu país, qual desde 1512 nenhum governante teve coragem de subir nos Andes para escutar a população fazendo de La Paz um mundo paralelo às riquezas da província de Santa Cruz.

Assim agora é a vez da FARC-EP ser o alvo do sistema brasileiro de rádio difusão e seus comentários repicados e manipulados, porque o que eles querem é isso, a alienação de nós telespectadores.


Leonardo Koury Martins

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Mendigos, excluídos ou desfiliados?

Perguntaram-me outro dia sobre os excluídos, disse que não os conheço, daí me perguntaram, os mendigos ali, os excluídos do sistema capitalista. Perguntei ironicamente, o capitalismo exclui quem? Aqueles mendigos?

Novamente falaram, sim os excluídos, não queria aproveitar o momento para pregar a teoria marxista qual fala claramente do exercito industrial de reserva, se preferir chame de superpopulação relativa, mas como bom vivente da área social preferi citar Robert Castel quando ele fala dos desfiliados e não excluídos.

Aqueles que servem para servir de piedade para alguns é a melhor forma de persuasão para os capitalistas quando nos dizem “tem certeza que vão fazer greve? E seus empregos?” falei aos que me perguntaram sobre os excluídos que chamo também de desfiliados.

Estes sim são as peças do “xadrez capitalista”, dotados de sua mão de obra cada vez mais barata, amedrontada e por fim não menos pior, alienada.

Chego em casa, ligo a televisão e venho me abastecer de um prato de sopa, engraçado, olhe lá os mendigos, não, quero dizer excluídos ou melhor desfiliados em um certo programa televisivo recebendo um prato de sopa como o meu. Que alma caridosa, dar um prato de sopa a um desfiliado das loucuras do capitalismo, mas filiado na piedade de quem o desfilia.

domingo, 6 de janeiro de 2008

100 anos de Oscar Niemeyer



“A gente tem é que sonhar, senão as coisas não acontecem”. Começo assim a expressar a minha profunda gratidão para este que teve coragem de no reto fazer um círculo.

Além dessa frase dita pelo próprio “arquiteto maior” como ele é chamado por sua categoria profissional no mundo inteiro, Oscar Niemeyer provou que vai muito além de suas obras que marcaram a humanidade neste final de século, ele provou que um sonho nunca se acaba.

Lembram daquela importante lição de vida de Brecht na expressão, aqueles que lutam por um dia são bons, mas aqueles que lutam para sempre estes são imprescindíveis, o “arquiteto maior” no auge de seu centenário ele diz que acredita e lutaria pela revolução.

Em entrevista cedida a revista Caros Amigos na edição do mês de julho de 2006 Oscar declara-se comunista e diz que não podemos aceitar um regime que mata pessoas pela fome, pelas armar e pela exploração. Este conceito de lutar por um mundo melhor, acreditar que é possível faz com que Niemeyer dê esperança e mostre que o trabalho não somente é uma forma de ganhar dinheiro, mas de lutar pelo seu sonho; bem lembrada a Igreja de São Francisco em obra conjunta com Portinari.

“A gente vê que a coisa está melhorando, que há qualquer luz no horizonte, a gente tem uma esperança. Mas é difícil, principalmente para nós que não acreditamos em melhora dentro do regime capitalista”, depois de uma frase desta, não se precisa dizer mais nada. Hasta la victoria siempre compañeros.
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sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Movimento Estudantil Brasileiro

Os primeiros registros sobre a luta de estudantes no Brasil coincidem com as escolas de ensino superior em território brasileiro, quais existiram na necessidade que a aristocracia brasileira tinha de ter um ensino superior próximo, assim não precisavam mandar seus filhos para a Europa. Estas primeiras manifestações estudantis, tinham como objetivo pedir melhorias nas escolas tendo em vista um padrão europeu de educação, argumenta Arthur Poerner em seu livro Poder Jovem, onde esta bandeira era a principal luta dos estudantes onde o movimento estudantil e a educação eram bandeiras únicas e muito próximas de luta.

Os registros que envolveram lutas com grande aglomeração de estudantes foram documentados décadas depois no Rio de Janeiro, antiga capital federal, qual eclodiu na criação de uma entidade estudantil que pudesse falar pelo estudante, a União Nacional dos Estudantes então foi criada em 13 de agosto de 1937.

Com a criação da União Nacional dos Estudantes, outras bandeiras de lutas foram acrescentadas às bandeiras de uma melhor educação, como a melhoria e baixa de preço nos transportes coletivos das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, o “Teatro de Porta de Fabrica” trazendo cultura e orientando os trabalhadores sobre seus direitos além de um dos momentos mais marcantes da história brasileira, o movimento “O Petróleo é Nosso” mobilizando diversos setores da sociedade em 1957 contra a exploração dos recursos nacional por empresas estrangeiras.

A partir de 1964 até 1986, o movimento estudantil em sua grande maioria teve um caráter de clandestinidade principalmente depois do incêndio criminoso na sede da UNE, na praia do flamengo além de estudantes foram torturados, exilados e mortos como o presidente da União Brasileira de Estudantes Secundaristas Edson Luiz de 16 anos em vinte oito de março de 1968 assassinado pelo regime militar.



Mesmo com a ditadura, o movimento estudantil em sua estrutura conseguiu se manter sólido até o fim do regime militar e voltando com grandes congressos como o de reorganização da União Nacional dos Estudantes em Salvador em 1979 e manifestações em torno das Diretas Já no início da década de oitenta.

Essa nova fase da história brasileira que fez com que o Brasil se redemocratizasse também fez com que o movimento estudantil tivesse uma nova estrutura, entre entidades gerais: União Nacional dos Estudantes e União Estadual dos Estudantes na esfera universitária e União Brasileira de Estudantes Secundaristas e Uniões Colegiais Estaduais na esfera secundarista, e entidades de base com o objetivo de ficar mais próximo dos estudantes como os Centros Acadêmicos e Diretórios Centrais dos Estudantes na esfera universitária e na esfera secundarista os Grêmios estudantis, essa estrutura já não mais sofria com a repressão e passou a ter novas bandeiras de luta.

As novas bandeiras nacionais vêm de uma pluralidade conquista pelo movimento estudantil ao longo do tempo, qual também fez com que o Movimento Estudantil fosse o principal interlocutor entre o Jovem e os diversos setores da população além dos governos e do legislativo. Bandeira plural nesta visão tem como exemplo a Bienal da UNE, tentando democratizar e debater cultura, discussões sobre o Meio Ambiente sobre Gênero, além das bandeiras consensuais tiradas no Conselho de Entidades Gerais CONEG’s, entre elas a Reserva de Vagas em Escolas Públicas, a Reforma Universitária, o Passe Livre não apenas para estudantes se locomoveram para a escola, mas para acesso a cidade e seus endereços culturais como Museu e Biblioteca entre outros.

O Movimento Estudantil é marcado como o movimento social que mais lutou pela soberania nacional e por causas sociais e não apenas por questões de classe, sendo assim um movimento respeitado por todos brasileiros, com elogios ou críticas, mas um movimento social indispensável nas lutas do país.





“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo