sábado, 12 de abril de 2014

Nos EUA, a confirmação da mão de Roberto Marinho nos bastidores da Ditadura



Em telegrama ao Departamento de Estado norte-americano, embaixador Lincoln Gordon relata interlocução do dono da Globo com cérebros do golpe em decisões sobre sucessão e endurecimento do regime por Helena Sthephanowitz publicado 05/04/2014 15:25, última modificação 05/04/2014 15:27 LBJ LIBRARY/USA Lincoln Gordon

Embaixador Gordon descreve em detalhes ao Departamento de Estado dos EUA a influência de Marinho. No dia 14 de agosto do 1965, ano seguinte ao golpe, o então embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, enviou a seus superiores um telegrama então classificado como altamente confidencial – agora já aberto a consulta pública. 

A correspondência narra encontro mantido na embaixada entre Gordon e Roberto Marinho, o então dono das Organizações Globo. A conversa era sobre a sucessão golpista. Segundo relato do embaixador, Marinho estava “trabalhando silenciosamente” junto a um grupo composto, entre outras lideranças, pelo general Ernesto Geisel, chefe da Casa Militar; o general Golbery do Couto e Silva, chefe do Serviço Nacional de Informação (SNI); Luis Vianna, chefe da Casa Civil, pela prorrogação ou renovação do mandato do ditador Castelo Branco.

No início de julho de 1965, a pedido do grupo, Roberto Marinho teve um encontro com Castelo para persuadi-lo a prorrogar ou renovar o mandato. O general mostrou-se resistente à ideia, de acordo com Gordon.

Revista do Brasil: parece que foi legal, mas foi golpe. No encontro, o dono da Globo também sondou a disposição de trazer o então embaixador em Washington, Juracy Magalhães, para ser ministro da Justiça. Castelo, aceitou a  indicação, que acabou acontecendo depois das eleições para governador em outubro. O objetivo era ter Magalhães por perto como alternativa a suceder o ditador, e para endurecer o regime, já que o ministro Milton Campos era considerado dócil demais para a pasta, como descreve o telegrama. De fato, Magalhães foi para a Justiça, apertou a censura aos meios de comunicação e pediu a cabeça de jornalistas de esquerda aos donos de jornais.

No dia 31 de julho do mesmo ano houve um novo encontro. Roberto Marinho explica que, se Castelo Branco restaurasse eleições diretas para sua sucessão, os políticos com mais chances seriam os da oposição. E novamente age para persuadir o general-presidente a prorrogar seu mandato ou reeleger-se sem o risco do voto direto. 

Marinho disse ter saído satisfeito do encontro, pois o ditador foi mais receptivo. Na conversa, o dono da Globo também disse que o grupo que frequentava defendia um emenda constitucional para permitir a reeleição de Castelo com voto indireto, já que a composição do Congresso não oferecia riscos. Debateu também as pretensões do general Costa e Silva à sucessão. Lincoln Gordon escreveu ainda ao Departamento de Estado de seu país que o sigilo da fonte era essencial, ou seja, era para manter segredo sobre o interlocutor tanto do embaixador quanto do general: Roberto Marinho.

E seu relato, Gordon menciona Marinho entre os cérebros da continuidade 
do golpe. E cita Milton Campos como muito respeitável (clique e amplie para leitura)


Eleições diretas poderiam das margens para o golpe; como o marechal Lott; 
regime criaria eleição indireta (clique e amplie para leitura)


Marinho discutiu com Caslelo Branco a possibilidade de 
Costa e Silva vir a sucedê-lo (clique e amplie para leitura)

O histórico de apoio das Organizações Globo à ditadura não dá margens para surpresas. A diferença, agora, é confirmação documental.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

BH sem Rumo - A cidade do Lacerda


Nos últimos tempos, Belo Horizonte anda parecendo uma cidade governada por um indivíduo e não por um projeto que tem um programa de governo e concepções coletivas para ser organizado. 

Quem não percebeu que do nada, uma rua vira mão-inglesa, que uma avenida deixa de ter rotatória, que o metrô que era pra ser metrô vira BRT? Que até mesmo uma liminar impedindo o aumento da tarifa de ônibus passa a ser desobedecido pelos gestores municipais em conluio com as empresas de ônibus.

No dia sete de abril, na Avenida Cristiano Machado. Moradores dos Bairros: Dona Clara, Minaslândia, Primeiro de Maio e Suzana pararam através de manifestação o trecho entre as avenidas Cristiano Machado e Sebastião de Brito, que antes existia um cruzamento e agora deixou de existir. Os moradores alegam que não houve diálogo assim como a extinção dos pontos de ônibus no local.

Conhecido como A CIDADE SEM RUMO, de Márcio Lacerda a cidade continua assim; sem democracia e na mão dos empresários. Cidadã e cidadão de Belo Horizonte, o que você tem a ver com isso?



“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo