Um certo dia, ao ser questionado sobre o que eu acreditava nos direitos de terceira e quarta geração por um estudante universitário em uma palestra, perguntei a ele se ele entendia sobre o modo de produção econômica e sobre política no Brasil.
Para não ser vazio, resolvi responder em duas perguntas a pergunta deste estudante, pautando primeiro o Capitalismo e posteriormente o modelo de organização partidário no Brasil.
Por não "delongar", construí a perspectiva de que o que importa ao capitalismo é necessariamente a diferença entre o que fica entre matéria prima e produção da matéria; a mais-valia. Construindo também a ideia de que no capital, a individualidade, o personalismo e o sentimento de competição são mais interessantes do que o amor e a coletividade.
Já quando tratei do modelo de organização partidário no Brasil, cheguei a realidade dos representantes dos estados e do povo, pois resolvi me ater na construção teórica do congresso brasileiro que é bicameral para exemplificar como características tão próximas dos sentimentos mais valorizados no capitalismo refletem na nossa organização político partidária e suas representações institucionais.
Contudo, respondi que mesmo na condição de ansiar direitos de terceira e quarta geração, deveríamos, ainda mais ali estudantes do curso de direito, construir cotidianamente uma nova sociedade, uma nova cultura política. É imprescindível construirmos resoluções para problemas ainda tão primários como a fome, a falta de moradia, o direito ao trabalho descente, entre estes a valorização da diversidade humana. Sem esta construção primária, nos restará sonhos muito distantes da nossa construção diária que devem ser integrados nas mesmas proporções.
Pois, por enquanto, o que temos são defensores do latifúndio e do agronegócio nos representando nos espaços de Meio Ambiente, corruptos nos representando nos espaços que dizem sobre Ética e defensores do fim da espécie humana nos representando na Comissão de Direitos Humanos. Até porque estes direitos são indissociáveis, se não defendermos a diversidade não defendemos a própria espécie, quanto mais direitos que se categorizaram como quarta geração, entre eles a felicidade.
Leonardo Koury Martins - Escritor, Assistente Social e Militante dos Movimentos Sociais e do MAISPT em Minas Gerais
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