sábado, 23 de junho de 2012

Outro olhar sobre o Crack e demais drogas comerciais!



Nos últimos meses andei lendo algumas matérias nos jornais, dialogando com amigos e me atentando com certos discursos perigosos sobre drogas.

Afinal, o problema não é o CRACK!  Ou melhor, o problema não são as drogas. Arrisco-me a fazer outra discussão, algo que leva em consideração outros objetos de análise e discursem conjuntamente com a perspectiva de saúde pública e sócio econômica.

As drogas são inerentes aos dias atuais, mais fortes ou menos fortes, a humanidade em toda sua existência a reconhece e a constrói tanto quanto espaço do lazer ou até mesmo como forma de desorganizar o enquadramento que estamos sempre predispostos.

Temos que ter em nossos discursos, o papel rebelde de possibilitar algumas análises fundamentais, estas que serão polemizadas ao olhar ingênuo de alguns sujeitos sociais. A relação da luta contra as drogas não está no efeito que se causa, mas que modelo que se constrói a vida.

Chegamos a produzir laboratorialmente o crack por fins econômicos, na observância do modelo social que nos transforma em sobreviventes e estabelece como única relação de poder o lucro. A precariedade da vida e a pobreza que estamos expostos nos transformam em dependente das drogas mais baratas, não por ela apenas existir e fazer mal, mas como elemento complexo na construção do Capitalismo.

O que poderíamos esperar de uma sociedade na qual valemos o que temos e não o que somos? As frustrações e as buscas são de todas as classes sociais, aos ricos o consumo de Whisky ou de antidepressivos e aos pobres, as drogas baratas como cigarro ao crack.

Porem todas produzidas em laboratório por seres humanos. Drogas que poderiam ser buscadas de formas naturais entram no mesmo patamar por questões econômicas, medo inclusive de concorrência de se produzir ou comprá-las produzidas.

Importante ressaltar a quem serve o comércio das drogas no mundo. Aos empresários, políticos e a justiça que se sustentam do tráfico, aos donos das indústrias de cigarro e bebidas, aos donos das farmácias e laboratórios de remédio. A quem serve o tratamento e o único papel de dizer não as drogas? Aos seus usuários?

Se quisermos poupar vidas temos três deveres. Cobrar dos seus reais produtores comerciais o seu fim; possibilitar a sociedade que historicamente faça uso, mas que produza e conserve seu consumo de forma natural entendendo que a saúde não é apenas visual, mas também intelectual. 

Mas que mudemos o modelo de produção econômica do mundo, pois o Capitalismo nos trata como objetivo e não será dentro dele que seremos valorizados enquanto seres humanos.

2 comentários:

Adriana Lipiani disse...

Perfeito! De acordo com a perspectiva lacaniana, o sujeito que precisa recorrer a droga como forma tratamento da sua angústia, está submetido ao discurso capitalista. Este sujeito recorre a um objeto produzido pela ciência, o que acarreta o seu assujeitamento, em termos psicanalíticos, há um declínio do sujeito dividido, do sujeito do inconsciente, do sujeito ético do desejo. O sujeito torna-se o objeto que ele consome e passa a se identificar como tal: "sou toxicômano", "sou alcoolista". Há aí a exclusão do ser do sujeito. Exclusão esta associada sim à disposição desenfreada de drogas psicoativas lícitas e ilícitas pelas indústrias farmaceuticas, do álcool, do tabaco, entre outras.
Como bem disse, até remedios com ingredientes naturais são vendidos nas prateleiras das farmácias.
Um impuxo ao consumo do qual o contemporâneo torna-se refém.

mother of the bride suits disse...

Thank you for sharing so many photos, they are so beautiful and touching my heart!

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo