Diferente do que temos e do que somos, para desenhar a liberdade devemos perceber que todo espaço de opressão esconde como Chico Science pontua na letra A Praeira "a fronteiras nos jardins da razão".
A "fronteira nos jardins" que fazem com que o Fernando Henrique, esquecido presidente brasileiro pós governos democráticos eleitos pelo povo tentar voltar a mídia defendendo a legalização que o mesmo combateu enquanto presidente deste país.
Também são "fronteiras nos jardins" do judiciário que criminaliza a pobreza e trata o usuário de Cannabis Sativa como responsável pelo tráfico, desconhecendo qualquer análise econômica e social que perpassa na relação do tráfico de drogas que encorpora algumas questões:
A polícia que faz vista grossa nas fronteiras nacionais e nas festinhas dos ricos, o juiz que concede Habeas Corpus para os financiadores do tráfico, o avião que busca droga de outros países e utiliza o Brasil como passgem para a Europa e EUA, o laranja que lava o dinheiro do crime organizado, a criança e o adolescente que está em situação de desproteção social por sofrer trabalho infantil, o crime organizado entre outras questões e dai eu vos pergunto?
Que instituição governamental ou não governamental tem condições éticas para querer proibir a Marcha da Maconha? Porque não proíbem a propaganda da cerveja "devassa" que utiliza uma ex menininha para vulgarizar o papel da mulher na sociedade fazendo um debate de gênero inferior e pervesso a conquista do movimento feminista nas últimas décadas e a toda legislação que protege as mesmas do machismo.
Porque não se proíbe alguns programas de televisão com o vies machista e homofóbico que não contextualizam uma relação em direitos humanos e cidadania, ou melhor, porque para comprar cigarros não se precisa subir um beco e se arriscar a levar um tiro.
Muito me faz desconfiar que existem fronteiras como Chico Science descreve e estas estão além da razão daqueles que historicamente aceitaram a escravidão, massacraram os índios e hoje impedem nosso plantio e o uso doméstico, pois são estes os mesmos que oprimem com nenhum incentivo fiscal o produtor rural e buscam com o código florestal acabar com as nossas reservas ambientais.
Se a fronteiras nos jardins, que sejam as do meu domicilio e da casa de todos aqueles que na lógica burguesa de criar a propriedade privada tem que se esconder para poder plantar em seus quintais e em suas mentes a "liberdade" de que historicamente somos impedidos de cultivá-las.
E com certeza, a toda esta nação mais que zumbi, existem fronteiras sim, mas além dos jardins da razão.
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