quinta-feira, 9 de junho de 2011

Desenhando a Liberdade: Marcha da Maconha




Diferente do que temos e do que somos, para desenhar a liberdade devemos perceber que todo espaço de opressão esconde como Chico Science pontua na letra A Praeira "a fronteiras nos jardins da razão".

A "fronteira nos jardins" que fazem com que o Fernando Henrique, esquecido presidente brasileiro pós governos democráticos eleitos pelo povo tentar voltar a mídia defendendo a legalização que o mesmo combateu enquanto presidente deste país.

Também são "fronteiras nos jardins" do judiciário que criminaliza a pobreza e trata o usuário de Cannabis Sativa como responsável pelo tráfico, desconhecendo qualquer análise econômica e social que perpassa na relação do tráfico de drogas que encorpora algumas questões:

A polícia que faz vista grossa nas fronteiras nacionais e nas festinhas dos ricos, o juiz que concede Habeas Corpus para os financiadores do tráfico, o avião que busca droga de outros países e utiliza o Brasil como passgem para a Europa e EUA, o laranja que lava o dinheiro do crime organizado, a criança e o adolescente que está em situação de desproteção social por sofrer trabalho infantil, o crime organizado entre outras questões e dai eu vos pergunto?

Que instituição governamental ou não governamental tem condições éticas para querer proibir  a Marcha da Maconha? Porque não proíbem a propaganda da cerveja "devassa" que utiliza uma ex menininha para vulgarizar o papel da mulher na sociedade fazendo um debate de gênero inferior e pervesso a conquista do movimento feminista nas últimas décadas e a toda legislação que protege as mesmas do machismo.

Porque não se proíbe alguns programas de televisão com o vies machista e homofóbico que não contextualizam uma relação em direitos humanos e cidadania, ou melhor, porque para comprar cigarros não se precisa subir um beco e se arriscar a levar um tiro.

Muito me faz desconfiar que existem fronteiras como Chico Science descreve e estas estão além da razão daqueles que historicamente aceitaram a escravidão, massacraram os índios e hoje impedem nosso plantio e o uso doméstico, pois são estes os mesmos que oprimem com nenhum incentivo fiscal o produtor rural e buscam com o código florestal acabar com as nossas reservas ambientais.

Se a fronteiras nos jardins, que sejam as do meu domicilio e da casa de todos aqueles que na lógica burguesa de criar a propriedade privada tem que se esconder para poder plantar em seus quintais e em suas mentes a "liberdade" de que historicamente somos impedidos de cultivá-las.

E com certeza, a toda esta nação mais que zumbi, existem fronteiras sim, mas além dos jardins da razão.

Nenhum comentário:

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo