E nas tripas do ultimo enforcado penso em me enforcar. Não sei se acelero no suicídio ou fico parado, já nem mais sei o que questionar.
Meus amigos, agora inimigos, pelegos do sonho que antes vínhamos compartilhar, a mágoa continua, mas não sai lagrimas dos olhos, porque não é tempo de parar. E desistir, palavra qual não existe, um militante solitário, persiste, caminha triste, mas caminha na escuridão. As mágoas, estas vou esquecendo, o verão vem nascendo e vem um novo tempo junto de uma nova estação.
Contudo, ao invés de chorar aprendo como diz o poeta, “apesar de você amanhã a de ser outro dia”, daí não sobrará tempo para costurar a bandeira rasgada, tempo apenas para se confessar em poesia.
Se confessar, apenas assim posso, pois neste momento nada posso dizer. Quem defendia aqueles que de fome morrer, hoje defende seus próprios interesses, sei que irão de me esquecer. E que me esqueçam, pois destes não quero, consciência limpa é memória fraca e certamente um dia terão que lembrar. Apenas um militante solitário, pois em época de ditadura nada se pode declarar.
Os ventos que jogam nossos cabelos ao longe, não escondem a tristeza de um rosto frio erguer. Ernesto Guevara dizia morrer de pé ou viver de joelhos, no último suspiro se limpa a farda e se levanta, mas de pé vem preferir morrer.
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