Alejandra Pastorini nos lembra de fazermos sempre uma pergunta essencial, a pergunta de quem são os agentes envolvidos, quem são os exploradores e explorados, a pergunta do quem nos faz refletir sobre qual papel temos e como agir dentro deste teatro real e dinâmico conhecido como vida.
Enquanto alguns não tem clareza das verdadeiras disputas entre pobres e ricos, acreditando que existe um lindo mundo de harmonia e que seus interesses são conciliáveis, que os bons cidadãos são maiores que as idéias que perpassam estes distintos projetos.
As perguntas muitas vezes incomodam, pois para estes que acreditam num bom aperto de mão entre direita e esquerda, não fazem questão de lembrar que os donos do capital hoje, são os mesmos que nos escravizaram, nos enganaram, que a vida inteira nos pagaram baixos salários em pró do seu conforto e manutenção do poderio financeiro.
Para relembrar, na pós revolução francesa, o interesse totalitário de eliminar o rei do poder foi feito por todos os lados, tanto na alta burguesia quanto dos heróicos jacobinos, passado este momento, quando a reforma agrária toma palco das assembléias francesas, percebe-se claramente o lado direito defendendo a manutenção da ordem social, pois para eles bastava a saída do rei para continuar seus interesses. Para os defensores dos oprimidos, os denominados san-culotes, estes defendiam mudanças na estrutura do poder, para que ele não apenas deixasse de ser real e virasse burguês, mas para que este estado passasse a ser popular nos princípios da revolução francesa, da liberdade, da igualdade e da fraternidade.
Todos os momentos que a esquerda se aproximou da burguesia com o princípio ingênuo da resolução de conflitos, ela foi esfacelada porque os conflitos não estão apenas nas pessoas, mas nos projetos, nas visões, nos interesses, na vontade de uns poucos que querem continuar tendo muito e outros de não quererem continuar com tão pouco.
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