segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Pela libertação da Palestina, nem que seja em morte


Quem conhecia Israel? A que custo há 60 anos um povo de maioria originalmente judia com o apoio bélico dos Estados Unidos conseguiu seu lugar ao Sol nas terras árabes, e há 60 anos o mesmo pais anda em guerra.

Deixo claro que não estou aqui para fazer nenhuma “guerra santa”, afinal este termo não pode ser utilizado para justificar uma guerra. Nas Cruzadas, o motivo principal era o caminho do comércio entre os povos do Oriente e a Europa. Hoje Israel serve de plataforma para soldados estadunidenses, uma base estratégica e importante. A guerra entre palestinos e israelenses é meramente política e territorial, muito além da visão religiosa que a mídia burguesa tenta transmitir em seus grandes veículos de comunicação.

Gostaria que toda população mundial olhasse para 14 de maio de 1948, quando se criou o Estado de Israel, surgiu como um Arco Iris pós a chuva da Segunda Guerra Mundial, iniciando claramente a Guerra Fria. Em meio território do povo Árabe os Estados Unidos implanta seu modelo de governo, sua cultura e suas tropas militares. Gostaria de imaginar que no mesmo dia alguém entrasse na sua casa com a ajuda de alguém mais forte, tomasse seu terreiro, seu quarto, sua sala e deixasse a cozinha para você (a faixa de Gaza). A casa que antes era sua, agora é de Israel, daí você teria a opção de lutar pela sua liberdade ou acomodar na cozinha para sempre.

“Aqueles que lutam para sempre, estes são Imprescindíveis” nas palavras de Bertold Brecht. Talvez se o autor estivesse vivo, seria um ativista da causa Palestina, pois eles ao invés de ficarem na cozinha resolveram lutar pela sua liberdade e conquistar a casa de volta. O povo palestino não veste farda, é silencioso e paciente, tais características de um povo que há quase mil anos atrás venceram os Europeus e sua Santa Cruzada, dos santos católicos que matavam e ainda matam em nome de Cristo.

Terrorismo seria defender sua terra, sua cultura e sua origem? Terrorismo seria financiar duas Guerras (Iraque e Afeganistão), seria financiar com bilhões de dólares todo ano o exército israelense, terrorismo seria produzir mais armas do que comida? Terrorismo seria desrespeitar a ONU em nome do Petróleo e do próprio umbigo? Não sei ainda o que seria terrorismo.

Porém sei o que é ter coragem. Sei que não se desiste do que é seu e de seu povo, sei que se deve lutar e cansar jamais. Também sei o que é covardia, matar 500 palestinos em um Ano Novo enquanto apenas 4 israelenses morreram. Vejo a covardia nos veículos de comunicação que dizem sobre terrorismo e ao mesmo tempo lutam para que a Indústria farmacêutica faça propaganda de suas drogas. Entendo que a covardia está naqueles que aproveitam das crises financeiras para demitir seus funcionários ao invés de abaixar os lucros e as taxas sobre taxas de seus produtos. Covardia são aqueles que gastam na Europa em um ano de produtos confeitados o que mataria a fome de todos os africanos como divulga a Food and Agriculture Organization da ONU.

Mas apesar de ver a Covardia e a Coragem, prefiro ficar com a coragem, nem que seja em morte, há de se um dia encontrar o povo palestino livre.

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