quarta-feira, 29 de abril de 2009

CEM – Crise Econômica Mundial

Se existisse um cronometro para exatamente expor quantas horas que os jornais televisivos do mundo falaram sobre a conhecida Crise Mundial, poderíamos promover campanhas sobre vacinação de todas as gripes e doenças virais que se espalharam no mundo nos últimos trezentos anos.
Quem seria culpado pelo desmantelamento do sistema econômico no mundo se não o próprio sistema econômico. O que teria feito as hipotecas se não injetar mais dinheiro no mercado mesmo não tendo critério de avaliação dos imóveis nos Estados Unidos.

Ou então o que seria no início da crise, os rumores de que empresas respeitadas no mercado mundial estariam fraudando seus balanços anuais para que com isso pudessem respirar o que a economista Rita Mundin chama de sentimento do mercado, pois ou ele está em “alta”, ou está “nervoso” ou até mesmo “alegre” na tal bolsa...

Imaginar que John Locke e outros teóricos liberais acreditavam e acreditam num mercado independe, onde deve ter autonomia inclusive frente aos governos, o chamado primeiro setor, aquele que promoveria o equilíbrio frente à desigualdade gerada pela competição entre os homens.

É tamanha independência que em seus diversos baixos círculos, crises que o capitalismo acaba-se submetendo na sua mudança de roupagens faz com que logo os governos assumam seus problemas como alto índice de desemprego e falência de empresas, isso quando o próprio governo não tem que aprovar “pacotes econômicos” para não provocar problemas maiores na economia.

Se os liberais acreditam que a economia deve ser livre, que assuma também sua parcela de culpa sobre sua nova crise mundial. Por sua vez o governo pense em deixar este “jovem pensamento econômico” que ganha força desde a Revolução Industrial “livre para viver” ou o tutele para não causar mais estragos àqueles que pagam pelos erros do nosso sistema econômico figente.

domingo, 26 de abril de 2009

Funcionalismo por quê?


O que se espera da teoria que as maiorias das instituições pregam ao longo de seus trabalhos? O porquê de achar que os indivíduos são os desajustados? O que faz os profissionais que seguem estas cartilhas acreditarem que devemos seguir como cordeiros tais pensamentos tão pouco justos quando tratamos de algo muito maior, do modo de produção capitalista.

O que nos faz pensar que vivemos no mundo onde os alcoolistas são simples alcoolistas e os usuários de drogas são aqueles que não buscaram um mundo melhor, esquecendo si quer a discussão da saúde pública.

No devaneio do pensamento, não consigo me enquadrar no perfil que nos tanto fazemos pressão para enquadrar. Neste enquadramento que não consegue se expandir para um mundo repleto de diferenças.

A quem servimos, qual seria o papel das nossas idéias ou da nossa ação, pois se a liberdade do “ir e vir” é subtraída pelo dinheiro das caras passagens de ônibus, perco numa constante luta pela liberdade de idéias, esta sim, não pega ônibus e nem paga prestação de carro, mas consegue ir muito além da sombra sonora de um disco voador.

E que deixemos quietos aqueles que não querem mudar o mundo, os acomodados, pois apenas serve a eles tal papel.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Se os tubarões fossem homens (Bertolt Brecht)


Se os tubarões fossem homens, perguntou ao senhor K. a filha de sua senhoria, eles seriam mais amáveis com os peixinhos? Certamente, disse ele. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e tomariam toda espécie de medidas sanitárias.

Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, lhe fariam imediatamente um curativo, para que não morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres tem melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar. O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura.

Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar toda inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista, e avisar imediatamente os tubarões, se um deles mostrasse tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, iriam proclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não podem se entender.

Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros, inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de argaço e receberia um título de herói. Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria também arte entre eles. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardim que se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela, que seus acordes todos os peixinhos, como orquestra na frente, sonhando, embalados, nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões. Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens.

Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso, se os tubarões fossem homens também acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles teriam com maior freqüência, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens."

“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo