O que nos resta?
Nas ruas sujas, lotadas
No povo pobre
Que se esmola
Nas escadas.
Na correria
De um dia sem
Festa.
É verdade
Não somos nada.
A poesia que exaja
Nem sempre é de alegria.
Esta nova epidemia
De entender
O que está posto.
De tanto desgosto
Você com seu ego
Inflado.
Se vendo mais alto
Que os prédios
Ali esticados,
Caixas cheia de gente.
O que somos de melhor
Não está nos discursos
Falsos ditados
Está no que fazemos
Para mudar esta loucura.
De dizer não e parar
Com toda esta ditadura
Que se expõe em um mundo
De opressões dos corpos
E da líquida superficialidade.
Termino aqui tentando
De forma construtiva
Pensar o que temos
De melhor. O que será?
O melhor de nós.
Nossas lutas
Sonhos e vontade(s)
Só servem se for
Pra ser coletivo
Não há meritocracia
Que mude os outros dias
Se o dia de hoje
Não for pra nos dedicar:
Lutar, resistir e sonhar.
Tem que ter algo,
Sólido, concreto.
E que não seja
Para nós o mesmos.
Que fama que nada
O planeta precisa
É de menos soberbos
E talvez mais desvaneios.
Como pai e mãe diziam
E nunca escreveram
O melhor de nós
É o que fica
No coração dos outros.
Eu nasci em julho
E sou um pouco deles
Que nasceram em setembro
E também em agosto.