quarta-feira, 30 de abril de 2008

De Freiras a Prostitutas, todas são iguais e tem direito a luta


Vocês devem achar estranho, um homem tentar em texto dialogar sobre movimento feminista e as relações entre os seres humanos. É importante fazer esta discussão entendendo que não é apenas o terrível habito machista que faz um ponto de barreira das lutas feministas mas também o sistema capitalista.


A mulher oriunda da burguesia, torna-se cruel quando faz de outra mulher sua empregada doméstica, quando a explora pagando baixos salários a troco de uma função qual esta mesma poderia exercer. Quando a indústria de cosméticos demarca o certo e o errado, fazendo padrões de mulheres gerando desigualdades, como se uma mulher obesa não tivesse valor dentro de um padrão de mercado ou modelo sexual.


Até mesmo aquelas mulheres, que em um contexto de moral positivista, se dessem no direito de falar que a atitude de outra mulher em relação aos seus desejos estivesse errada, que fosse mais ou menos vulgar de acordo com um comportamento pré produzido, como se as mulheres não fossem livres para poderem escolherem seu caminho, entre freiras ou prostitutas. O que fazem freiras mais corretas e o que fazem das prostitutas mais erradas se todas devem ter minimamente o direito da isonomia.


Shere Hite, dialoga que não é apenas os espaços de poder que as mulheres querem, mas o direito de serem vistas como iguais, de não ocupar espaços de poder por serem simples mulheres, mas por terem plenas condições de fazerem tal função.


Os desafios das questões de gênero estão muito além do machismo, estão engendradas no sistema capitalista que não nos dá igual condição de luta, faz vidas diferentes com condições diferentes entre mulheres ricas e pobres, mulheres brancas e negras, que não dá a muitas mulheres condições de poder reconhecer direitos e menos ainda condições de cobrá-los. Um mundo igualitário como Rosa Luxemburgo diz, seria um mundo entre iguais e não entre competidores.





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sábado, 26 de abril de 2008

O Papel do povo frente às transformações

É tão importante entender nosso papel frente às transformações no mundo quando entender o porque existimos. José Murilo de Carvalho em seu livro Cidadania no Brasil conta o como nós acreditamos no Messias, nos salvadores da pátria, quanto glorificamos apenas os heróis.

Entender que o povo é o principal protagonista das revoluções e não heróis é fundamental para podermos continuar a mover a maquina da transformação, sabendo que se não fosse as massas nenhuma revolução seria feita.

Os heróis emergiram de onde? Começaram e foram impulsionados por quem? Será que existia apenas um líder como a história tradicional nos colocava ou será que vários heróis existiram e alguns apenas foram destacados, será que estes destacados são heróis sozinhos? Nós, o povo tem que aprender a fazer estas perguntas para que senão viveremos a espera de um “Messias Salvador”, alguém que nos tire das trevas da pobreza e da quase escravidão.

Nós o povo, não devemos esperar dos governos as transformações, pois ao longo da história nenhum governo, nenhum rei, nenhum sistema implantado fez com que as vidas das massas melhorassem nos quesitos econômicos, políticos e sociais. As revoluções emergiram do povo, dos trabalhadores, das trabalhadoras, dos desempregados, dos mais pobres, dos ploretários como Marx ressalta em seus estudos, pois sem estes nenhuma revolução daria certo, os lideres apenas serviram de interlocução escolhidos por nós nas disputa das transformações no mundo.

Os grandes heróis são o povo, pois estes morreram, mataram, viveram na pele o pauperismo, a escravidão e todas os problemas econômicos, políticos e sociais, nenhum governo muda sem a participação popular, nenhum rei foi deposto pela sua própria vontade.



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quarta-feira, 16 de abril de 2008

Feira das almas



Quem paga mais leva essa é a verdade
para que humildade, se não é humilde
esse capitalismo covarde, selvagem.


Outro dia em uma igreja, doava meu
belo cardio ao senhor
cantava um canto de alegria,
vivia em pleno e sacro louvor.


Agora, o diabo quem me comprou mais caro,
nem mesmo precisou de prestação,
este bicho carrancudo, escuro, perverso,
coisa ruim é o capetão.


Parecido as vezes como meu patrão,
quem paga leva rápido, realmente,
como Bertold diz, primeiro comer depois a moral,
neste mundo coberto de dinheiro, eu friamente,
me vendo hora para o bem, e quando preciso
me vendo para o mal.


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segunda-feira, 14 de abril de 2008

O descaso com o Materialismo Histórico Dialético

Antes mesmo da existência de Karl Marx e suas contribuições na humanidade já havia os conflitos entre pobres e ricos, nobres e escravos, súditos e reis.

Alejandra Pastorini nos lembra de fazermos sempre uma pergunta essencial, a pergunta de quem são os agentes envolvidos, quem são os exploradores e explorados, a pergunta do quem nos faz refletir sobre qual papel temos e como agir dentro deste teatro real e dinâmico conhecido como vida.


Enquanto alguns não tem clareza das verdadeiras disputas entre pobres e ricos, acreditando que existe um lindo mundo de harmonia e que seus interesses são conciliáveis, que os bons cidadãos são maiores que as idéias que perpassam estes distintos projetos.


As perguntas muitas vezes incomodam, pois para estes que acreditam num bom aperto de mão entre direita e esquerda, não fazem questão de lembrar que os donos do capital hoje, são os mesmos que nos escravizaram, nos enganaram, que a vida inteira nos pagaram baixos salários em pró do seu conforto e manutenção do poderio financeiro.


Para relembrar, na pós revolução francesa, o interesse totalitário de eliminar o rei do poder foi feito por todos os lados, tanto na alta burguesia quanto dos heróicos jacobinos, passado este momento, quando a reforma agrária toma palco das assembléias francesas, percebe-se claramente o lado direito defendendo a manutenção da ordem social, pois para eles bastava a saída do rei para continuar seus interesses. Para os defensores dos oprimidos, os denominados san-culotes, estes defendiam mudanças na estrutura do poder, para que ele não apenas deixasse de ser real e virasse burguês, mas para que este estado passasse a ser popular nos princípios da revolução francesa, da liberdade, da igualdade e da fraternidade.


Todos os momentos que a esquerda se aproximou da burguesia com o princípio ingênuo da resolução de conflitos, ela foi esfacelada porque os conflitos não estão apenas nas pessoas, mas nos projetos, nas visões, nos interesses, na vontade de uns poucos que querem continuar tendo muito e outros de não quererem continuar com tão pouco.



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domingo, 6 de abril de 2008

Comunicação Alternativa


Ao longo destas últimas décadas, com a facilidade que a tecnologia trouxe e seus avanços na área da comunicação, podemos hoje contrapor a grande mídia, expor idéias, além de não ficarmos reféns de uma única opinião.

Os mecanismos virtuais como os sítios de busca dão oportunidade de conhecer extremos em determinados assuntos além de imagens e artigos acadêmicos, que por mais prejudiciais que alguns teóricos dizem, nenhum deles ao mesmo tempo poderia dizer que por trás destes prejuízos existe um novo mundo que se forma em bits.

Imaginar que poderemos que segundos ter noticias que acontecem em todo espaço terrestre ou assistir ao vivo as duas torres sede do capitalismo mundial sendo atacadas sem cortes e posteriormente a isso não ficarmos reféns apenas as informações do New York Times, mas poder acessar além de outros grandes meios de comunicação à opinião dos internautas e blogueiros que contribuem muito para democratizar a informação e nos fazer ter novas percepções de mundo.

Vislumbrar nas comunidades do Orkut uma forma de debate instantâneo e de busca de velhos e novos amigos sem mesmo sair da sua casa, combater facilmente até práticas de racismo e pedofilia utilizando provas documentais geradas pelos próprios internautas que cometem tal crime, além de fazer deste um espaço para divulgação de eventos, cursos, serviços e projetos pessoais ou coletivos.

Milton Santos quando dialoga sobre a democratização do espaço geográfico vislumbraria na Internet uma nova forma de organização de espaço, qual alguém desfavorecido sócio-economicamente tem condições de se expor e conquistar ares e informações que dentro do nosso modelo de organização atual jamais poderiam ser buscados de forma tão fácil quanto a Internet faz.

O maior ganho da Internet, que quando criada nem mesmo era sua intenção, seria a democracia qual hoje faz levá-la a ser o principal meio de comunicação diário para milhões de pessoas em todo mundo, sendo em e-mail, blog, serviços de mensagens instantâneas, home pages, ver na Internet uma forma alternativa de se poder organizar dentro de um sistema democrático. se para Jean Jacques Rousseau, se a esperança renasce com a democracia, nas linhas virtuais da composição informativa nasce o saber coletivo e o contraponto a “única idéia”.


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“Acordei com um sonho e com o compromisso de torná-lo realidade"
Leonardo Koury Martins

"Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar"
Saramago

"Teoria sem prática é blablabla, prática sem teoria é ativismo"
Paulo Freire

"Enquanto os homens não conseguirem lavar sozinhos suas privadas, não poderemos dizer que vivemos em um mundo de iguais"
M.Gandhi

"Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres"
Rosa Luxemburgo